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Candidata à vaga na ABL, Sonia Netto Salomão é estudiosa de Machado

Professora publicou recentemente livro sobre a obra do fundador da Academia

Por Giovanna Fraguito 8 dez 2024, 17h00

Redescoberto pelas novas gerações de leitores, Machado de Assis tem sido alvo de uma série de homenagens. Recentemente, novo livro sobre o bruxo do Cosme Velho, disponível na internet e de acesso gratuito, foi publicado no Brasil. Trata-se de Machado de Assis. A complexidade de um clássico (Sapienza Università Editrice), organizada por Sonia Netto Salomão, professora titular sênior em Estudos de Tradução, Linguística e Literatura Portuguesa e Brasileira na Sapienza Universidade de Roma. Ela é uma das candidatas a se tornar imortal na Academia Brasileira de Letras (ABL), na vaga deixada por Antonio Cícero, compositor e poeta brasileiro que morreu em outubro. Sonia falou com a coluna GENTE sobre a homenagem a Machado e da vontade de uma Academia com paridade de gêneros.

Por que a senhora resolveu se candidatar para ser imortal da ABL na cadeira deixada por Antonio Cícero? Tenho relação de longa data com a ABL. Como pesquisadora, amiga de outros acadêmicos, relação intelectual e afetiva . Como sempre fui ativa e continuo com muitos projetos, pareceu-me natural levar para a Academia longa experiência na área da pesquisa, da administração e da difusão cultural. Além disso, sou carioca da gema e estudiosa de Machado de Assis, tendo ganho um Prêmio Jabuti em 2017 com umensaio crítico dedicado à sua obra. Como não estar ligada à ABL?

No contexto de uma academia que busca ser mais inclusiva, como a senhora se vê dentro dessa diversidade? Sou a favor da paridade de gêneros e penso que a Academia lucraria muito com a presença de mais uma mulher, por exemplo, ao lado das demais excelentes que possui, mas que representam 5% das cadeiras. Sou a favor da política de inclusividade que representa a heterogeneidade e a riqueza da cultura brasileira.

Qual é o peso de ocupar a vaga deixada por Antonio Cícero? Não falaria de peso e sim de responsabilidade, de honra e de legado. Jamais me apresentaria para um pleito para o qual não estou preparada. Conhecia Antônio Cícero, embora não fosse sua amiga e nem tivesse tido a oportunidade de conviver com ele. Sempre apreciei o seu modo responsável, pacato e rigoroso em relação a tudo o que o cercava.

É comum pesquisas que apontam a falta do hábito de leitura entre os brasileiros. Como mudar isso? Qual é o papel do escritor nesse sentido? Sempre estive empenhada com a leitura e com as formas de fazer chegar o bom livro a jovens potenciais leitores. A leitura começa no berço, com a proximidade do próprio objeto “livro”. Paralelamente, a ação da escola é fundamental, ao lado das famílias que, mesmo se desprivilegiadas, devem ter a possibilidade do acesso ao livro. Como assessora da Secretaria de Educação do Município do Rio de Janeiro, na década de 1980, verifiquei que a forte componente de oralidade da nossa cultura deve ser aproveitada como forma de aproximação e não de demonização. O escritor é sempre um intérprete, um comunicador.

A senhora é uma estudiosa de Machado de Assis, fundador da academia. O que representaria fazer parte dela em 2024? Conquistei o Prêmio Jabuti em 2017, com o livro Machado de Assis e o Cânone Ocidental: Itinerários de Leitura, em ensaio dedicado a Machado, que também foi premiado na Itália quando traduzido no ano passado. Tenho promovido a obra do mestre no exterior, também, e acabo de lançar um volume coletivo em língua portuguesa: Machado de Assis, a Complexidade de um Clássico. Fazer parte da Academia representa uma visão de futuro para as Letras neste país. Saber preservar e inovar o patrimônio de Machado é a melhor homenagem que podemos fazer à sua memória afro-luso-brasileira.

Também concorrem a esta vaga os seguintes nomes: Lucas Pereira da Silva, Edgard Telles Ribeiro, Tom Farias (Uelinton Farias Alves), José Efigênio Eloi Moura, Eduardo Luiz Baccarin Costa, Ruy da Penha Lôbo, João Calazans Filho, Martinho Ramalho de Melo, Alda Nilma de Miranda, Chislene de Carvalho, J. M. Monteirás, Remilson Soares Candeia e Antônio Porfírio de Matos Neto.

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