Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Imagem Blog

VEJA Gente

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Notícias sobre as pessoas mais influentes do mundo do entretenimento, das artes e dos negócios
Continua após publicidade

Caco Ciocler: ‘Esse governo de ultradireita não é a tradução de Israel’

Judeu, ator fala a VEJA de seu novo filme, ‘As Polacas’, e comenta guerra entre israelenses e palestinos

Por Valmir Moratelli Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 10 Maio 2024, 08h25 - Publicado em 23 out 2023, 11h00

Um dos destaques do filme As Polacas, exibido recentemente no Festival do Rio e que estreia na Mostra de Cinema de São Paulo, Caco Ciocler, 52 anos, interpreta Tzvi, dono de um bordel envolvido com tráfico de mulheres. O longa, com a direção de João Jardim, conta a história de uma mãe polonesa judia, que chega ao Brasil com o filho Joseph e se torna alvo de Tzvi. Em meio ao resgate dessa página histórica pouco debatida abertamente, Caco também conversa no programa da coluna desta semana sobre a situação da guerra em Israel. Judeu, o ator esclarece seu posicionamento. Assista.

+ Acompanhe as principais notícias do dia no canal de VEJA no WhatsApp

TRÁFICO DE MULHERES. “Esse é um assunto que eu, como sou da comunidade judaica, sempre ouço falar. Mas sei que é pouco falado, há muito incômodo, por ser história verídica. Existia uma organização internacional de tráfico de mulheres judias, as chamadas ‘polacas’. Essa rede ia para a Europa ocidental, em aldeias muito empobrecidas, desgastadas com a guerra, e cooptava mulheres sem futuro, que estavam passando fome, com promessas de casamento. E aí quando chegavam aqui, eram obrigadas a se prostituir em bordéis especializados. É disso que o filme fala.”

HISTÓRIA TABU. “No judaísmo tradicional a prostituição é um pecado. Elas eram renegadas na própria comunidade e proibidas de ser enterradas. Houve uma sociedade, chamada Sociedade da Verdade, um movimento feminista organizado, que conseguiu a autorização de um cemitério para que elas fossem enterradas. Essa história é um tabu na comunidade judaica.”

PLURALIDADE. “E por que falar disso sobre uma comunidade como a judaica, que já é tão atacada? É importante falar da pluralidade. Até para que entendam que não dá para falar de qualquer comunidade como uma massa uniforme, com um mesmo pensamento. Isso é a base da discriminação. A melhor maneira de lidar, inclusive com o preconceito, é mostrar a pluralidade que todas as comunidades têm.”

Continua após a publicidade

ARTE DIANTE DA GUERRA. “Não está fácil. Primeiro porque existe uma exigência que a gente se coloque. E acho que tem que ocorrer. Por outro lado, está cada vez mais difícil se posicionar nas redes sociais. Cheguei à conclusão de que as redes não são um lugar de discussão verdadeira, é um lugar de lacração. A gente vive numa linguagem binária: ou se é isso ou aquilo, não há cinza, subtons, possibilidades. Estou assustado. (…) A arte nasce nas frestas da certeza. Ela não serve para dar respostas. A função é expor as rachaduras da certeza, possibilita investigações, fazer perguntas.”

TERRORISMO DO HAMAS. “É uma questão extremamente complexa. Mas existem coisas inegociáveis. A morte de civis inocentes é inegociável. É inegociável que não se condene o ataque do Hamas. Condenar o ataque do Hamas não significa não condenar políticas do governo israelense impostas sobre a comunidade palestina. Não estou comparando as duas coisas. É preciso que se fique bem claro que o Hamas não são os palestinos. O que o Hamas quer não é a criação de dois Estados, mas a extinção de Israel. Não dá para negociar com esse grupo.”

ULTRADIREITA EM ISRAEL. “Esse governo de ultradireita de Israel não é a tradução de Israel. Israel é um país plural, as pessoas estão divididas, internamente existe resistência a esse governo de ultradireita, que não representa a pluralidade do povo judeu. Eu, como humanista, sou a favor dos judeus, sou a favor dos palestinos, sou a favor dos mulçumanos, sou a favor dos israelenses. A gente tem que buscar uma solução pacífica.”

Continua após a publicidade

SOLUÇÃO PARA A GUERRA. “Tenho parentes, amigos lá, está todo mundo em choque. Fui para Israel adolescente e quando fiz um documentário. (…) Qual seria a solução (para a guerra)? Eu tenho: a criação de dois Estados, em que ambas as partes fiquem satisfeitas. Dois estados reconhecidos internacionalmente e que se respeitam. Se tem na cartilha do Hamas a premissa da não aceitação do Estado de Israel, não há como negociar com o Hamas. Se tem dentro de Israel setores também extremistas que, por questão religiosa, acham que tudo pertence a Israel, não tem como negociar com essas pessoas. Para acontecer (a paz), na minha opinião, é: sai Hamas ou troca a carta e passa a aceitar a existência de Israel. E Israel: sai o governo de ultradireita. A paz é a grande vitória. E só se consegue isso se um reconhece o direito do outro.”

Caco Ciocler -
Caco Ciocler (Reprodução/VEJA)

O programa Veja Gente é gravado em cenário desenvolvido pelo arquiteto João Amand e pela designer de interiores Sophia Abraham, com patrocínio da House Us.

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Semana Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

Apenas 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

a partir de 35,60/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.