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Biólogo faz alerta contra fazenda de polvos: problemas éticos e ambientais

Ricardo Gomes é diretor do Instituto Mar Urbano

Por Giovanna Fraguito 8 ago 2025, 11h00

Impulsionada pela crescente procura de marisco, a empresa espanhola Nueva Pescanova planeja há alguns anos abrir a primeira “fazenda” comercial de polvos no mundo. Ela ficaria localiza nas Ilhas Canárias, na Espanha, e pretendia criar cerca de um milhão de polvos por ano, para consumo alimentar. Os planos para a nova aquacultura, porém, levantaram profundas preocupações entre cientistas sobre o bem-estar dos animais, conhecidos por sua inteligência. A coluna GENTE falou com o biólogo marinho e diretor do Instituto Mar Urbano Ricardo Gomes sobre as consequências da novidade.

“O impacto da criação em cativeiro de polvos tem problemas éticos. O polvo é conhecido como primata dos oceanos. Ele é o chipanzé dos oceanos. Imagina as consequências éticas de falar em criação de chipanzés para comer? Seria mais ou menos uma analogia, dada a inteligência do polvo. Eles são capazes de resolver problemas, aprender, sentir, usar ferramentas. Além disso, a criação de polvo em escala industrial é difícil pela complexidade. Precisa de uma água super controlada, uma água limpa, com oxigenação, temperatura controlada, estímulos para evitar que eles entrem em stress. O polvo também tem uma reprodução complicada. A fêmea costuma morrer depois que os ovinhos eclodem e esses filhotinhos quando nascem requerem uma outra fazenda de criação. Já que precisam de larvinhas menores do que a larva do polvo para conseguir se alimentar. É uma cadeia de coisas. Entre as consequências, o risco biológico caso os polvos consigam fugir, como já aconteceu em outros casos de outras espécieis, causando impacto no ecossistema ao redor da criação. O outro fator também é a alimentação do polvo, como acontece nas criações de salmão hoje. Para alimentar o polvo é necessário alimento vivo, que não é o caso, já que a escala é industrial, então a opção é farinha de peixe. Assim, você vai ter que pescar 10 kg de peixe para fazer farinha de peixe, alimentar o polvo e produzir somente 1 kg de polvo. O que não é sustentável. Fora questões de doenças com a aglomeração desses animais, que podem passar para o meio-ambiente e contaminar o redor. Tudo isso pode ser, na teoria, controlável, mas na prática os problemas vão acontecer”.

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