As reações sobre a campanha do STF com Porta dos Fundos
Tom humorístico sobre os direitos das mulheres gerou polêmica nas redes sociais

O Supremo Tribunal Federal (STF) e o Porta dos Fundos lançaram uma campanha no Dia Internacional da Mulher para conscientizar o público sobre os direitos das mulheres e as leis que garantem sua proteção. A iniciativa, que não envolveu o pagamento de cachês, incluiu a produção de dois vídeos, publicados na página oficial do órgão público. Os conteúdos, no entanto, dividiram opiniões na rede — e não faltaram críticas.
O primeiro, no sábado, 8, aborda a tese da “legítima defesa da honra”, que por anos foi usada para justificar feminicídios e agressões contra mulheres. A produção, com roteiro de Kika Hamaoui e Gustavo Vilela e participação do Gregório Duvivier, ironiza a tese que já foi derrubada pelo STF. Nele, a atriz Bella Camero, vestida de apresentadora de programa infantil, ensina aos espectadores homens que alegar defesa da honra para justificar violência contra mulher é inconstitucional desde 2021. “Essa abordagem infantiloide de um assunto tão sério descredibiliza ainda mais essa instituição. Vergonha alheia”, comentou um usuário no perfil da Suprema Corte. “Assunto sério tratado com deboche não atinge o alvo”, disse outro.
Já o segundo, nesta segunda-feira, 10, escrito por Barbara Duvivier e Gabriela Niskier, questiona a falsa narrativa de que o passado da vítima pode interferir em casos de assédio ou crime sexual. No trecho, uma moça interpretada por Clarice Falcão reluta em denunciar um assédio sexual por temer ser atacada por seu passado. “O humor também é uma ferramenta política e o recado foi excelente. Não entendi o motivo do hate!”, escreveu um usuário. “Muito legal a atitude do STF em simplificar as informações para se aproximar mais da sociedade! Ficou show esse vídeo!”, disse um segundo.