Após Maria Bethânia e Alcione, Mangueira recorre aos povos bantos
Verde e Rosa encerra primeira noite de desfiles no Rio, neste domingo, 2

Depois de juntar Maria Bethânia e Alcione em um mesmo desfile, em 2023, a Estação Primeira de Mangueira fecha a primeira noite de desfiles, neste domingo, 2, com o enredo À Flor da Terra – No Rio da Negritude Entre Dores e Paixões. A ideia do carnavalesco Sidnei França é celebrar a contribuição dos povos bantos, da África Subsaariana (em especial, de Angola), na vida cultural, social e religiosa do Rio de Janeiro.
A narrativa atravessa o tempo e a escola explora a chegada dos bantos, que representam a maioria dos negros escravizados no Cais do Valongo. “Tronco Forte Em Ribanceira, Flor Da Terra De Mangueira/ Revel Do Santo Cristo Que Condena/ Mistério Das Kalungas Ancestrais/ Que O Tempo Revelou No Cais/ E Fez Do Rio Minha África Pequena”, diz um trecho da música, que também apresenta a visão da cultura negra na atualidade. “Sem Ser Convidado Pela Burguesia/ Tomou A Cidade De Assalto/ E Hoje No Asfalto A Moda É Ser Cria/ Quer Imitar Meu Riscado, Descolorir O Cabelo”.
A obra foi composta por Lequinho, o maior vencedor de sambas-enredo da Mangueira – já conquistou 13 vitórias e um tricampeonato consecutivo. Júnior Fionda, Gabriel Machado, Júlio Alves, Guilherme Sá e Paulinho Bandolim fazem parte da parceria vencedora. Os intérpretes oficiais são Dowglas Diniz e Marquinhos Art Samba – que está presente na escola desde 2018. Sem levar o título para casa desde 2019, a rainha de bateria Evelyn Basto segue no posto há doze anos.