‘Anniemania’: Annie Ernaux, a prêmio Nobel sensação da Flip
Escritora francesa, de 82 anos, se tornou o fenômeno literário da 20ª edição do evento
Autora de livros como O lugar, Os anos e O acontecimento, Annie Ernaux não era um nome tão badalado no Brasil, fora da bolha literária. Pelo menos até ganhar o prêmio Nobel de Literatura há algumas semanas. Pelo menos até chegar a FLIP, neste final de semana. De fala tranquila, olhar firme e poucos gestos, Annie provocou um rebuliço nas ruas de pedra da cidade histórica no sul-fluminense. Todo mundo quer tirar uma foto ou tentar um raríssimo autógrafo da prêmio Nobel. Sua mesa, que ocorre na tarde deste sábado, 26, foi muito disputada pelo público – a ponto de ser a primeira a ter os ingressos esgotados, assim que foi posta à venda. E não é só. Na livraria oficial da Flip, os livros de Annie estão quase esgotados. A ‘anniemania’ é algo único. Pode-se dizer que, pela comparação com as últimas edições do evento, é a autora que mais despertou curiosidade e apreço dos leitores.
Em conversa com alguns jornalistas, todos devidamente com máscara – a seu pedido, Annie lembrou da primeira e até então única vez que esteve no Rio de Janeiro. “Estive no Rio em 1972. É a ditadura no Brasil. E isso podia ser sentido na cidade. Fiquei apenas dois dias, mas o guia que tínhamos só nos mostrava a casa dos ricos. E falava sempre dos cariocas. Havia uma população branca que era superior aos outros, era mesmo uma atmosfera de extrema direita. Era sensível na cidade”, disse. Nos bastidores, comenta-se que ela só fez uma exigência aos organizadores: queria conhecer Geovani Martins, escritor carioca.