Andreia Horta sobre ‘Elis’: ‘Morte foi o mais difícil’
Rafael Aloi “Indomável.” É assim que Andreia Horta descreve Elis Regina, que interpreta na cinebiografia Elis — em cartaz nos cinemas a partir desta quinta-feira. A atuação de Andreia é o ponto forte do filme que acompanha a carreira da cantora a partir de sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1964, até o seu trágico […]

Rafael Aloi
“Indomável.” É assim que Andreia Horta descreve Elis Regina, que interpreta na cinebiografia Elis — em cartaz nos cinemas a partir desta quinta-feira. A atuação de Andreia é o ponto forte do filme que acompanha a carreira da cantora a partir de sua chegada ao Rio de Janeiro, em 1964, até o seu trágico fim, em 1982. Segundo a intérprete contou ao blog VEJA Gente, a cena da despedida foi a mais emocionante de se fazer. “A hora da morte é um momento bem delicado. Foi o mais difícil”, confessa.
Com uma narrativa convencional e linear, Elis mostra uma sucessão de shows e apresentações em festivais, teatros e programas de TV. “Houve outros momentos difíceis de tanta alegria e prazer, como na hora de cantar O Bêbado e a Equilibrista, por tudo que representava. Era muito forte esse momento, foi difícil porque queria fazer bem”, explica a protagonista.
O longa foge de polêmicas e julgamentos sobre a cantora e, incoerentemente, possui apenas uma única personagem feminina em sua trama, a própria Elis Regina. No fim, sua vida é contada mais pelos homens que a cercaram, como pai, maridos, e colegas de trabalho, do que por ela mesma.
O áudio de todas músicas apresentadas no filme é o original, com a voz de Elis Regina. Mesmo sem precisar cantar, Andreia Horta teve três meses de preparação para o papel, treinando o canto, o corpo, e até sua fala normal, para copiar a prosódia e o jeito da cantora, e conseguir encaixar o movimento da sua boca, pescoço e garganta perfeitamente com as músicas originais. “A voz da Elis é única. Seria uma traição à memória auditiva do espectador se eu cantasse. É muito mais fácil você cantar com a própria respiração, com o próprio jeito, do que se encaixar na forma como outra pessoa canta. Era exaustivo”, conta.
Obviamente, a atriz tem uma preferência nas músicas da musa da MPB. “É difícil escolher. Mas acho que a minha interpretação predileta dela é a de As Curvas da Estrada de Santos. E, no filme, O Bêbado e a Equilibrista foi arrebatador, foi o meu momento preferido”, conta.
Andreia Horta afirma que não teve nenhuma influência da família da cantora, e não conversou com ninguém para poder interpretá-la. “Eu conheci só o João Marcelo (Bôscoli), porque fomos gravar no local de trabalho dele, e eu não sabia. Cheguei lá e dei de cara: ‘Nossa, que coincidência’ (risos). Conversamos brevemente porque precisava gravar, apenas nos apresentamos e não falamos nada sobre a mãe dele.”
Elis é um filme muito aguardado pelo público, afinal é a primeira cinebiografia sobre aquela que foi a maior intérprete brasileira de todos os tempos. Mas Andreia — que ganhou o Kikito de melhor atriz no Festival de Gramado — afirma que esse status do longa não a intimidou, pelo contrário, a incentivou a embarcar no projeto. “Eu tive medo de não fazer. De fazer eu só tinha vontade, coragem e um desejo pulsante. Quando rolou, eu falei: ‘Arregaça a manga e levanta esse trabalho’”, conta.
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