Quem é um dos responsáveis por descobrir talentos para o Rock in Rio
Zé Ricardo cuida da curadoria dos Palcos Sunset e Favela, além do espetáculo 'Uirapuru'
De fã na plateia em 1985, a um dos mandachuvas das atrações em 2022. A trajetória do cantor e compositor Zé Ricardo, 51 anos, até chegar a ser diretor artístico do Rock in Rio daria um filme. Filho de porteiro e de uma lavadeira, o artista se tornou o responsável pela curadoria do bem-sucedido Palco Sunset, que hoje rivaliza na preferência do público com o Palco Mundo, além do Espaço Favela, que traz novos expoentes do cenário musical brasileiro.
“Fico muito mexido quando os portões do festival se abrem e vejo aqueles jovens correndo pelo gramado. Eu era um desses jovens na primeira edição do evento. Me sinto na obrigação de criar uma programação que abarque todos os gostos e gêneros”, se emociona o diretor, que entrou para a equipe fixa do Rock in Rio em 2007. Ele lembra que juntou dinheiro durante três meses para conseguir comprar um ingresso da primeira edição do evento, há 37 anos.
Ousado e antenado com o meio musical, Zé Ricardo já fez combinações que a princípio causariam estranheza – como quando juntou Zé Ramalho e Sepultura, Alcione e Iza, Ney Matogrosso e Nação Zumbi, entre outros. “O objetivo do meu trabalho é revelar, provocar e atualizar. A diversidade não precisa ser dita o tempo todo, ela está numa mensagem subjetiva na programação. O clima tem que ser de pertencimento”, explica.
Sempre que ganha convites para o festival, o diretor faz questão de presentear pessoas que talvez não tivessem acesso àquele universo. “Já dei ingresso para motorista, faxineira e taxista. O meu trabalho de curadoria tem que ser espelho da nossa sociedade, numa linguagem conectada com as demandas dos tempos atuais”, completa Zé Ricardo.
No vídeo a seguir, ele comenta sobre a importância do Espaço Favela no festival. Confira: