A decisão de juiz sobre passarela de empresário de Léo Santana em Salvador
Construção gerou revolta na região, como antecipou a coluna GENTE

A Justiça da Bahia determinou, nesta quarta-feira, 26, a interdição de uma passarela que liga o Morro Ipiranga ao Camarote Glamour, em Salvador, na Bahia. A estrutura, que foi construída por Marcelo Britto, empresário do cantor Léo Santana, foi alvo de reclamação de moradores, que chamam de “apartheid”, como a coluna GENTE adiantou com exclusividade. Na decisão, o juiz Adriano Augusto Gomes Borges reconheceu os argumentos feitos pelo Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento da Bahia (IAB-BA), que alegou riscos e impactos negativos na mobilidade do local, além de afirmar que a estrutura foi erguida sem autorização e licenciamento adequado.
“Além da construção aparentar comprometer a circulação de pedestres e dificultar o acesso de serviços de emergência, como ambulâncias e o Corpo de Bombeiros em caso de necessidade, os registros fotográficos demonstram que parte significativa da passarela suspensa foi edificada sobre fundações rasas e aparentes, em solo de encosta íngreme, potencialmente sujeito a chuvas e deslizamentos”, diz trecho do documento, citando as imagens da estrutura anexadas no recurso. O magistrado também ressaltou o perigo com a circulação de um grande número de pessoas no local. “Sem garantias de segurança estrutural, coloca em risco a integridade física dos usuários e foliões que circulam no entorno da estrutura, além do pânico generalizado que um eventual acidente de grandes proporções poderia provocar”, completou.
Nesta quinta-feira, 27, após “inspeção visual”, o Ministério Público da Bahia (MP-BA) avaliou que “não há problemas graves de segurança”, mas que só vai se manifestar depois dos pareceres do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia da Bahia (Crea-BA), do Corpo de Bombeiros Militar da Bahia e da Secretaria de Desenvolvimento Urbano (Sedur), que contaram com representantes na vistoria.
Na última terça-feira, um morador da região conversou com a coluna GENTE, afirmando que a passarela está prejudicando os locais com o aumento da movimentação. “A rua que desce já está fechada, ficou bloqueada a partir de hoje, ou seja, fica só uma pista que dá acesso como subida e descida de veículo. Para os moradores já é um transtorno. Eles inventaram esse camarote aqui sem necessidade, só para vender um conforto a mais. Vieram com pretexto de conversar, mas foi papo. O Marcelo Britto veio aqui só para comunicar. A ideia, à princípio, era para acesso dos artistas, agora os convidados e todo mundo que comprou ingresso podem acessar”, disse.