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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

O perigo da estupidez

Eduardo Bolsonaro aposta no quanto pior, melhor

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 19 jul 2025, 13h09

No livro As Leis Fundamentais da Estupidez Humana, o historiador econômico italiano Carlo Cipolla (1922 – 2000) classifica as pessoas em quatro tipos: os inteligentes (que agem em benefício próprio e geram resultados positivos também para sociedade), os ingênuos (que tendem a beneficiar os próximos e causar malefícios a si próprios), os bandidos (que obtêm vantagens pessoas prejudicando os demais) e os estúpidos.

“Os estúpidos são aqueles que causam danos a um outro indivíduo ou um grupo de indivíduos, ao mesmo tempo em que não retira de sua ação nenhum benefício para si mesmo, podendo inclusive incorrer em prejuízos”, escreve.

Pela caracterização de Cipolla, Eduardo Bolsonaro agiu nos últimos dias como um estúpido. Terceiro filho de Jair Bolsonaro, Eduardo se licenciou do mandato de deputado federal em março para fazer lobby por sanções contra o ministro Alexandre de Moraes e o Brasil para encerrar o julgamento do pai. Graças aos seus bons contatos com os líderes do MAGA, o senador e ex-governador da Flórida Rick Scott, os deputados Cory Mills e Chris Smith Nova Jersey, e através deles com o secretário de Estado, Marco Rubio, Eduardo teve um êxito grandioso. Como diz o ditado, porém, “cuidado com o que você deseja”.

Ao atrair a atenção de Trump para o Brasil e Jair Bolsonaro, Eduardo abriu uma caixa de Pandora. Ao contrário do que supunha o deputado licenciado, a ameaça da sanção de 50% não gerou uma comoção a favor do pai, mas uma rejeição nacional contra Trump e a família Bolsonaro. As ameaças diárias do próprio Eduardo de que o tarifaço era só o começo e que os EUA poderiam tratar o Brasil como Cuba ou Irã apenas deixaram evidente o caráter chantagista da tática.

Em dez dias de Trump prestando atenção no Brasil, o governo Lula recuperou popularidade e todos os Bolsonaros (Jair, Michelle e Eduardo) perderam pontos numa eventual disputa de segundo turno, segundo a pesquisa Genial/Quaest. O filho 03 de Bolsonaro ainda humilhou publicamente o governador Tarcísio de Freitas por não apoiar o pai como deveria, evidenciando o racha na oposição. “Se você (Tarcísio) estivesse olhando para qualquer parte da nossa indústria ou comércio estaria defendendo o fim do regime de exceção que irá destruir a economia brasileira e nossas liberdades. Mas como, para você (Tarcísio), a subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais, não espero que entenda”, escreveu Eduardo. Até Jair Bolsonaro se incomodou: “Apesar de ter feito 40 anos de idade agora, Eduardo não é tão maduro, talhado para política”.

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Cipolla alerta que as pessoas não estúpidas sempre subestimam o poder danoso de indivíduos estúpidos. “As pessoas não estúpidas esquecem constantemente que, em qualquer momento, lugar e circunstância, lidar e/ou se associar com pessoas estúpidas sempre acaba sendo um erro custoso”, escreveu, para concluir: “O estúpido é o tipo de indivíduo o mais perigoso que um bandido”.

Se as sanções forem efetivadas em agosto, o Brasil vai sentir as consequências dos atos de Eduardo. Segundo a Confederação Nacional da Indústria, 110 mil empregos estão em risco. A boa vontade que parte do STF tem de deixar Jair Bolsonaro cumprir a sua pena em prisão domiciliar vai se esvair, assim como a paciência do Centrão que está sendo puxado para uma derrota em 2026.

Mais que ao pai e à oposição, Eduardo Bolsonaro custa caro ao Brasil inteiro.

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