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Thomas Traumann

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Thomas Traumann é jornalista e consultor de risco político. Foi ministro de Comunicação Social e autor dos livros 'O Pior Emprego do Mundo' (sobre ministros da Fazenda) e 'Biografia do Abismo' (sobre polarização política, em parceria com Felipe Nunes)

O cotidiano do medo

Pesquisa mostra o limite do discurso da segurança pública na campanha presidencial

Por Thomas Traumann Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 22 nov 2025, 15h45 • Atualizado em 22 nov 2025, 15h47
  • Uma pesquisa inédita do Projeto Plaza Publica com entrevistas profundas em sete cidades de seis estados revela como a insegurança e o medo da violência mexem com o sentimento do eleitor e quais os eventuais efeitos destes sentimentos na campanha do ano que vem. Os entrevistados contam da rotina de temor de alguém lhes levar a corrente, a aliança ou o celular, o cuidado com o vidro abaixado e a trava nas portas do carro, e o hábito de rezar ao chegar em casa. “É um estado psicológico de atenção latente o tempo todo, que muda as rotinas. Todos buscam algum salvo-conduto para lidar com o dia a dia”, explica o psicólogo Eduardo Sincofsky, diretor do Projeto Plaza Publica.

    As entrevistas ajudam a entender a reação captada nas pesquisas quantitativas de aprovação massiva à operação policial no Rio de Janeiro, que deixou 121 mortos nos morros do Alemão e da Penha. Mesmo entre os eleitores do PT, não há empatia pelos traficantes mortos, como se o medo cotidiano houvesse criado uma casca. Foram constantes as rejeições às declarações do presidente Lula da Silva de que “os traficantes são vítimas dos usuários”, o que foi compreendido mesmo entre eleitores petistas como uma falta de empatia com quem sofre com o tráfico. “Não há vítimas entre os traficantes”, disse um eleitor. Eleitores de Lula cobram um posicionamento claro do presidente contra criminosos.

    Passadas três semanas, a ação no Rio é vista mais como simbólica do que efetiva no combate às facções. “Os bandidos precisam ter medo”, disse outro. “É como aqueles vídeos que aparecem de um cara atropelando o bandido: um sentimento de vingança”, comparou outro.

    Quando apresentados a cartões que representam os seus sentimentos sobre a segurança pública, alguns entrevistados escolheram a imagem de uma pessoa amarrada (“a sensação de estarmos reféns e impotentes”), outros se identificaram com alguém sentado com a cara triste (“acuado, com a sensação de querer buscar refúgio”).

    A sensação de catarse com a operação no Rio, no entanto, não deve ser um ponto de inflexão para a campanha presidencial, alerta Sincofsky. Segundo ele, os eleitores têm bem dividida a responsabilidade sobre a segurança, com os governadores sendo mais cobrados do que o presidente. “Ninguém vai dizer aqui em Belo Horizonte que a segurança está melhor ou pior porque o Lula fez isso ou aquilo”, explicou um entrevistado. Enquanto a segurança ostensiva nas ruas é cobrada dos governadores, os entrevistados dizem esperar do governo federal mais ações que asfixiem financeiramente as facções criminosas, como foi a operação Carbono Oculto.

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    Para Sincofsky, “o eleitor sabe que a segurança pública não é tarefa do presidente e, por isso, não dá para cravar que o tema segurança vai dominar a campanha do ano que vem. Existe, no entanto, um terreno fértil para discursos e narrativas mais duras de combate ao crime”.

    Fora do Rio de Janeiro, questões como inflação, emprego, escala 6×1, saúde e educação são temas tão prioritários para a campanha presidencial quanto a segurança pública.

    Sincofsky testou a reação dos entrevistados ao discurso do ditador salvadorenho Nayib Bukele, que reduziu drasticamente os índices de homicídio com prisões em massa sem julgamento. O resultado não é animador para parte da direita brasileira que usa Bukele como modelo. Os eleitores independentes enxergam a experiência de El Salvador como uma ditadura mascarada, inviável de ser aplicada no Brasil e com um preço alto demais para as liberdades individuais. Somente os eleitores bolsonaristas mais radicais apoiam o modelo.

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