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Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming
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Schwarzenegger se adequa ao feminismo e à diversidade na série ‘Fubar’

Ator estrela trama de ação cômica da Netflix sobre um agente da CIA obrigado a trabalhar com a filha

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 26 Maio 2023, 12h31

Astro incontornável do cinema de ação, Arnold Schwarzenegger hoje ostenta, vigoroso, 75 anos de idade. Para ficar minimamente crível, seu personagem Luke, protagonista da série de espionagem Fubar, que acaba de chegar à Netflix, tem 65 anos e está pronto para se aposentar da loucura que é ser um agente secreto da CIA. Não é a idade, porém, o elefante na sala que segue Schwarzenegger na produção: integrante do clã formado pelo homem hétero, branco e fortão, o ator é um deslocado entre os títulos de plataformas moderninhas como a Netflix, que vem apostando em elencos mais diversos. Mas o ex-governador republicano tem um trunfo nas mangas que vai além do seu nome famosíssimo: Schwarzenegger é dono de um bom humor e de uma autoironia que lhe garantem versatilidade e a deliciosa capacidade de rir de si mesmo. É assim que Luke, em uma missão, descobre que sua filha Emma (a carismática Monica Barbaro), é também uma agente secreta. Enquanto ele lhe dá um sermão dizendo que ela está na função errada, que não deveria beber e fumar (mesmo que seja parte do disfarce), muito menos ter relações sexuais com alguém sem ser seu futuro marido, Schwarzenegger pega um batom da filha para criticar ainda o fato de que ela leva maquiagem para um lugar inóspito e perigoso. O machão logo se surpreende e fica envergonhado quando o tal batom começa a vibrar — sim, o aparato é um vibrador disfarçado. Emma é uma mulher livre, forte, destemida e, claro, sexualmente ativa — e o feminismo patente da personagem é só uma das facetas do século XXI que Schwarzenegger, ops, Luke, terá de lidar. 

Na trama em oito episódios, Luke e Emma se dividem entre a vida pacata em família, que desconhece o trabalho perigoso de ambos, e as cenas típicas do filão de espionagem, com reuniões incansáveis no QG da CIA, momentos infiltrados entre criminosos e perseguições de fugas alucinantes. Na CIA, Luke é assistido por Barry (Milan Carter), um jovem negro, e também por Roo (Fortune Feimster), uma mulher lésbica, além de um bonitão desmiolado (Travis Van Winkle) – todos alívios cômicos ambulantes. Em casa, Luke almeja reconquistar a esposa de quem se divorciou há 15 anos – a qual está namorando outro –, tenta se reconectar com o filho mais velho falido e tem uma neta criança que prefere ser chamada por um nome de gênero neutro.

 Em ambos os ambientes, a diversidade impera – assim como os clichês do gênero. Um vilão megalomaníaco latino comanda todo tipo de bandidagem, especialmente o tráfico de armas. Com uma arma de destruição em massa nas mãos, ele promove um leilão entre criminosos — evento impedido pela dupla Luke e Emma. O vilão escapa e planeja mais uma forma de acabar com o mundo. Na caça ao bandido, pai e filha precisam se reconectar — eles até mesmo fazem sessões de terapias hilárias. A “instituição” Schwarzenegger está longe de sair de moda. 

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