Pantanal: Cobra de 30 quilos e onça dócil viraram estrelas da novela
Os animais Bonita e Matí têm tratamento vip nas gravações do folhetim, que traz elementos fantásticos em sua trama envolvendo o bioma da região
A novela Pantanal inicia a sua segunda fase nessa terça-feira, 12, e vem deixando os espectadores encantados com imagens deslumbrantes do bioma brasileiro. Entre os destaques da trama, além da bela fotografia e da jornada de Zé Leôncio e da família Marruá, está a onipresente participação da fauna pantaneira. Nas cenas gavadas no bioma, que exigiram uma mega-estrutura da produção, os astros globais, vez ou outra, dividem a atenção com atores peculiares, como sucuris gigantes, jacarés e onças-pintadas, que têm uma importância simbólica no enredo.
Em uma das passagens mais marcantes da primeira fase, transmitida na última semana, Juma nasce e é abandonada por Maria Marruá, personagem de Juliana Paes, em uma canoa lançada ao rio. Arrependida, ela corre atrás da filha, e acaba se deparando com uma sucuri que ameaça a prole. A serpente, no caso, é a segunda forma do Velho do Rio (vivido por Osmar Prado), uma espécie de entidade protetora da natureza que habita as florestas. Diante da ameaça à rebenta, Maria “vira” onça pela primeira vez, originando a lenda que se perpetua durante todas as fases. Quem protagoniza o embate, no entanto, não é Juliana Paes e Osmar Prado, mas Bonita e Matí, as estrelas animalescas da trama, que receberam tratamento vip durante as gravações.
Habitante do Instituto NEX, que resgata onças há 21 anos, Matí tem 3 anos de idade e perdeu a mãe quando era apenas um bebê. Cuidada por humanos, a oncinha acabou perdendo o instinto selvagem, impedindo a sua reinserção na natureza, já que a docilidade faria dela uma presa fácil para caçadores. O temperamento tranquilo fez dela a escolha perfeita para a novela. Caminho parecido seguiu Bonita. Vinda do Centro Amazônico de Herpetologia, no Pará, a cobra de 10 anos pesa mais de 30 quilos e viajou 3.000 quilômetros para atuar no folhetim.
Para que as gravações fossem autorizadas, a Globo precisou de licenças fornecidas pelo Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul (IMASUL) e da autorização das secretarias estaduais do Meio Ambiente de Goiás e do Pará. Para garantir o bem-estar dos animais, inclusive, Bonita e Matí são mantidas em ambientes calmos, com controle térmico, alimentação e água. “Nem os atores receberam um tratamento desses”, brincou Sandra Annenberg no Globo Repórter.
Outra curiosidade é que Bonita é tão requisitada que ganhou até uma dublê. A equipe da novela encomendou uma sucuri artesanal de quatro metros de comprimento para ser usada em parte das cenas. Como o objeto foi feito de material maleável e a região é muito quente, a cobra de mentira ganhou uma “casinha” de madeira só para ela, para impedir que resseque ao ar livre. A dublê ainda é deslocada de uma fazenda para a outra em um carro específico, com uma caçamba e um rack feitos sob medida.
A onça Matí:
A Sucuri Bonita nos ombros de José Loreto