O novo lance da treta judicial de filha de Leila Diniz com Regina Duarte
Ex-atriz da Globo fez postagem no Instagram que insinuava apoio da falecida atriz à Ditadura Militar com imagem fora de contexto e foi condenada em processo
Um novo capítulo de briga judicial entre a atriz e ex-Secretária Especial da Cultura Regina Duarte e Janaína Diniz Guerra, filha de Leila Diniz (1945-1972), foi iniciado. Em uma ação aberta por Janaína, Regina foi processada por danos morais por ter feito uma publicação no Instagram em que dizia que Leila teria apoiado a instituição da Ditadura Militar em 1964. Em março deste ano, a ex-funcionária da Globo perdeu e foi condenada a pagar 30.000 além de juros, e de fazer uma retratação pública. Nesta quarta-feira, 17, a veterana de novelas fez uma suposta retratação, mas, para a defesa de Janaína, porém, o texto publicado não é suficiente.
A VEJA, a advogada Maria Isabel Tancredo afirmou que a atriz não reconheceu os danos, mas tentou “justificar o injustificável”: “É evidente que não cumpre com a obrigação de explicitar aos seguidores da atriz que Leila Diniz nunca apoiou a ditadura militar e que a fotografia utilizada no conteúdo foi, na verdade, feita em um contexto de oposição ao regime e à censura”, disse. Na postagem referida, Duarte utilizou uma imagem de Leila para dizer que mulheres clamavam pela instauração da Ditadura Militar em 1964. Na verdade, o registro compartilhado mostrava a atriz acompanhada de Eva Todor, Tônia Carrero, Eva Wilma, Odete Lara e Norma Bengell em um protesto contra a censura e o regime em 1968.
“Lembre-se que o vídeo postado era um material em defesa do golpe, às vésperas do 8 de janeiro, com a voz de Jair Bolsonaro defendendo o golpe e a ditadura, e a foto de Leila Diniz aparecia exatamente no momento em que se dizia que as mulheres foram às ruas para pedir o golpe”, completou a advogada.
Em sua dita retratação, Duarte compartilhou a sentença e escreveu: “Ao publicar em 23 de dezembro de 2022 o vídeo que incluía, entre outras, uma foto de domínio público já amplamente divulgada em jornais, livros e internet, pensava estar ressaltando o valor e a força da mulher através daquele grupo de atrizes que eu amava, respeitava e que era para mim um exemplo: lutavam por seu direitos democráticos e liberdade de expressão. O que fiz foi na maior boa fé. Jamais imaginei que alguém pudesse interpretar meu post de forma diferente ou sentir-se prejudicado. Apaguei o vídeo em 10 de março de 2024 e hoje, aqui e agora, penitencio-me por ter usado uma imagem captada em 1968 referindo-se, no vídeo, a um movimento das brasileiras em 1964″. Duarte não menciona a Ditadura Militar nem a narração do vídeo em qualquer trecho do texto.
Na publicação, ela ainda alega: “O vídeo incluía a emblemática foto em que aparece minha amiga Leila Diniz, uma das mais queridas atrizes deste país, que nos deixou aos 27 anos em 14 de junho de 1972. Eu era sua fã e amiga”.
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