‘Mar do Sertão’: as manobras da Globo para evitar críticas à nova novela
Substituta de 'Além da Ilusão', folhetim das 6 traz elenco amplamente nordestino — e vai apresentar uma saída artística para a mistura de sotaques
Após Além da Ilusão levantar o Ibope vergonhoso deixado por Nos Tempos do Imperador, na faixa da novela das 6 da Globo — crescimento de 3 pontos na média total —, Mar do Sertão, que estreia nessa segunda-feira, 22, vai encarar uma missão dupla. Além de manter os bons índices de audiência de sua antecessora, o folhetim deve também conduzir o espectador ao Sertão Nordestino, sem cair nos estereótipos típicos dessa ambientação — muitos deles perdurados pela própria emissora em novelas do passado.
Para isso, a trama assinada por Mário Teixeira criou manobras para evitar possíveis críticas sobre representatividade. Enquanto muitos folhetins globais usaram atores da “panelinha” Rio-São Paulo na pele de nordestinos, Mar do Sertão terá um elenco composto por variados artistas da região representada, vindos de estados como Paraíba, Ceará, Bahia e Pernambuco. Para driblar possíveis erros de sotaque e culturas regionais, a novela das 6 se passa em Canta Pedra, uma cidade fictícia, dispensando qualquer fidelidade a uma única prosódia.
Mar do Sertão vai contar a história de amor do vaqueiro Zé Paulino (Sergio Guizé) e a romântica Candoca (Isadora Cruz), ambos moradores de Canta Pedra. Isadora é paraibana e ganhou destaque na Globo com sua participação em Haja Coração (novela das 7 da Globo exibida 2016), já Guizé é paulista nascido em Santo André, região metropolitana da capital de São Paulo. Para compensar o “intruso” no casal de protagonistas, a outra ponta do triângulo amoroso a qual os mocinhos serão submetidos é composta por Renato Góes (Turtulinho na trama), pernambucano e galã da Globo que virou figurinha carimbada em novelas regionais da emissora, como Pantanal.