‘Kendall é uma maratona’, diz Jeremy Strong, de ‘Succession’
O ator falou a VEJA sobre sua trajetória na série, que chega à temporada final
Como foi andar na montanha-russa de emoções vividas por Kendall? Às vezes foi difícil, em outras hora penoso, mas gratificante. Ouvi dizer que um ator é um atleta de emoções; Kendall é uma maratona.
Há muitos elementos shakespearianos na série — Kendall, por exemplo, é visto como o equivalente de Cordélia, filha preterida, mas que ama o Rei Lear. Como lida com tais referências? O fascínio pelo poder, o tom de comédia: tudo tem um pé em Shakespeare. Nessa temporada, Jesse (Armstrong, roteirista) sugeriu que eu olhasse mais para Ricardo III.
Por quê? Porque ele usa todo tipo de estratagema para conseguir o que quer, até notar que essa obsessão pode se transformar em tragédia. Não que a série seguirá a peça, mas há elementos dessa busca vã nela.
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Que conselho daria a Kendall? A questão da série é: será possível escapar do legado familiar? Gostaria que ele tivesse se mudado para a Grécia e começado uma vida independente. Mas não foi o que fez.
Publicado em VEJA de 29 de março de 2023, edição nº 2834