‘Euphoria’ retorna mais pesada e com alerta de Zendaya aos fãs jovens
Nas redes, atriz, popular entre adolescentes, avisou que a série da HBO, em sua segunda temporada, é para uma 'audiência madura'
Quase dois anos e meio depois de encerrar a primeira temporada, em agosto de 2019, Euphoria está de volta às telas da HBO, e não aliviou o clima pesado com o qual conquistou o público e a crítica em sua temporada inicial. No primeiro episódio da nova fase, exibido nesse domingo, 9, na HBO, e já disponível no HBO Max, os adolescentes problemáticos comemoram a chegada do Ano Novo com uma festa regada a muito álcool, drogas e violência. Rue Bennett, que rendeu a Zendaya o título de mais jovem estrela a conquistar o Emmy de melhor atriz, não parece disposta a manter-se na linha, e basta a companhia de um então desconhecido para que a garota mergulhe de cabeça nas drogas e fique à beira de uma nova overdose. A cena é um indício de que a jornada de Rue contra a dependência química está longe de terminar, e acompanhar sua derrocada talvez não seja indicado a todos.
Responsável com o papel que assume, e ciente da audiência jovem que a acompanha, Zendaya foi às redes sociais antes da estreia do episódio alertar aos seguidores de que a série foi feita para “audiências maduras” e a nova temporada, mais ainda do que a anterior, lida com assuntos difíceis de assistir, que podem gerar gatilhos em parte dos espectadores. “Por favor, apenas assista se você se sentir confortável. Se cuide e saiba que de qualquer forma você ainda é amado e eu vejo seu apoio”, escreveu no Instagram, onde acumula 121 milhões de seguidores. Com protagonistas adolescentes e visuais descolados de tirar o fôlego, Euphoria foi descrita inicialmente como uma série jovem, mas não é recomendada para menores de 18 anos por levar às telas um lado sombrio da juventude de maneira explícita. A série chegou a ser comparada com a inglesa Skins, que costumava romantizar o uso de drogas na adolescência e virou objeto de adoração dos jovens. Mas a direção de Sam Levinson em Euphoria não deixa margens para idealizações, expondo sem pudores o fundo do poço para onde as drogas podem levar seus usuários.
Rue não é a única a ter destaque no episódio. Logo no início, é revelado um pouco mais sobre a infância de Fez (Angus Cloud), o traficante “bonzinho” que introduz Rue ao vício, mas que passa a cuidar da garota desde então, e nega lhe vender drogas em determinados momentos da temporada anterior. Na nova leva de episódios, o traficante segue cuidando do irmão mais novo que, assim como ele, foi introduzido no mundo do crime ainda criança, e precisa lidar com gente barra pesada para sobreviver. Estranhamente, Fez é um dos poucos na trama que parece se importar com Rue, mas a vida no crime faz com que ele se divida entre um amigo coração mole e um bandido durão capaz de espancar suas desavenças sem remorso. Lexi, por outro lado, a irmã de Cassie, é certamente a jovem mais responsável do grupo, e parece perdida e assustada em meio a avalanche de vícios e problemas psicológicos dos demais, mas a garota deve ganhar mais destaque nos próximos episódios.
Em um momento em que muitos buscam a televisão para se distrair da realidade dura dos últimos anos, Euphoria não é exatamente um programa escapista. Longe da alienação que tira a cabeça das tragédias da vida real, a série retorna como uma catarse emocional que suga o espectador para uma espiral de autodestruição protagonizada por jovens de vida desregrada. É inegável, porém, seu potencial magnético. Os visuais seguem deslumbrantes como sempre, e a construção dos personagens é tão genuína que é impossível não sentir ao menos empatia pela maioria, e torcer para que a vida não seja assim tão difícil para eles. O ritmo televisivo de um episódio por semana dá ao espectador a chance de digerir com calma a carga dramática de cada personagem antes de partir para a catarse do próximo episódio.
Confira o trailer: