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Especial de Harry Potter mistura o poder da nostalgia com terapia em grupo

Superproduzido, ‘Harry Potter: De Volta a Hogwarts’ reuniu elenco e diretores para falar sobre a série de filmes e os dilemas dos bastidores

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 2 jan 2022, 18h16 - Publicado em 2 jan 2022, 15h54

Em 2001, quando Harry Potter e a Pedra Filosofal chegou aos cinemas, Daniel Radcliffe, Emma Watson e Rupert Grint eram adoráveis desconhecidos de 12 anos de idade. O sucesso instantâneo do filme baseado na obra de J.K. Rowling mudou a vida do trio, que, nos dez anos seguintes, estrelaria mais sete títulos da franquia. Enquanto isso, a fama avassaladora e seus percalços os seguiam fora do set. Embalado para atingir em cheio os sentimentos provocados pela nostalgia, o especial Harry Potter: De Volta a Hogwarts, lançado neste sábado, 1º de janeiro, pela HBO Max, se revelou, no fundo, uma pomposa sessão de terapia, muito mais complexa do que uma conversa informal de velhos amigos reunidos.

A começar pelo fio narrativo do programa, que, de forma cronológica, apresentou desde o teste inicial que escolheu o elenco infantil até a despedida em 2011, com Harry Potter e as Relíquias da Morte: Parte 2. Em paralelo ao amadurecimento pessoal, os atores viam seus personagens crescendo e lidando com desafios parecidos – até quando eles encaravam monstros, dementadores e magias perigosas era notável as analogias que espelhavam a vida real. Fora do set, os atores que começaram a trabalhar como uma brincadeira passaram aos poucos a entender a pressão de se fazer parte de uma franquia tão grande, que somaria, no total, 7,7 bilhões de dólares em bilheteria.

Foi revelado, por exemplo, que Emma, atingida pelas agruras da fama, cogitou sair da série antes do fim. Rupert, em seguida, disse que pensou a mesma coisa. “Nunca falamos sobre isso. Não nos ocorreu que sentíamos algo parecido”, disse o ator. Os três protagonistas compartilharam do sentimento de que nem tudo foi um mar de rosas, mas não entraram em detalhes. Sabe-se, por exemplo, que Daniel Radcliffe teve problemas com o vício em álcool nos últimos filmes – algo que ficou de fora do especial.

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As partes dramáticas, claro, se intercalam a muitas outras alegres. O trio fala com frequência sobre como demorou a perceber o quão famosos e renomados eram os atores adultos do elenco, caso de Alan Rickman (Snape), Maggie Smith (Minerva), Ralph Fiennes (Voldemort) e Gary Oldman (Sirius Black). Emma revelou uma paixão secreta pelo colega de elenco Tom Felton, o Draco Malfoy. E Helena Bonham Carter obrigou Radcliffe a ler até o final uma carta em que ele declara que gostaria de ter nascido dez anos antes para ter tido uma chance com ela. Risos e choros são garantidos até dos fãs menos fanáticos.

Já o grande elefante na sala foi a ausência da autora J.K. Rowling. Especulações sugeriram que J.K. foi esnobada pela produção por ter sido acusada de transfobia nas redes sociais. Já a equipe da autora divulgou que ela foi convidada, mas preferiu declinar. Para suprir sua ausência, falas da autora filmadas em 2019 foram exibidas entre os depoimentos. Como disse Gary Oldman, Harry Potter era, como nenhum outro título até então, uma espécie de família. Agora, 20 anos depois, essa família, como tantas outras, continua a passar por altos e baixos.

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