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Distopia? Ataque ao Capitólio é estopim de ‘The Handmaid’s Tale’

Invasão do Congresso americano por arruaceiros pró-Trump lembra série sobre governo totalitário que toma os Estados Unidos em golpe violento

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 7 jan 2021, 18h51 - Publicado em 6 jan 2021, 18h23

A cena é simples, mas assustadora. Na série The Handmaid’s Tale, a protagonista June (Elisabeth Moss) busca a filha que está com febre na escola e a leva para casa. A agitação de transeuntes ao redor é patente. Em casa, ela e o marido precisam dividir a atenção com o noticiário e o cuidado com a filha. June caminha pela casa, entre o quarto da criança e a sala – onde o marido, chocado, observa na TV o ataque coordenado de homens armados ao Pentágono, à Suprema Corte e ao Capitólio. O grupo é formado por americanos fundamentalistas cristãos que se autodenominam “Filhos de Jacó”. Em seguida, a Constituição americana é suspensa e o país se transforma em uma sangrenta e repressora ditadura.

Apesar de não ser um ataque tão bem coordenado, a invasão dos apoiadores de Donald Trump ao Capitólio nesta quarta-feira, 6, evoca, e muito, a tensão vista na série de TV inspirada no livro O Conto da Aia, de Margaret Atwood. A casa legislativa, em Washington, é símbolo da longa tradição democrática e liberal do país. Invadir tal espaço para interromper a sessão que certificaria a eleição do novo presidente, Joe Biden, mostra que a ficção, infelizmente, não está tão longe da realidade.

O fatídico golpe que pauta toda a série é destrinchado em um flashback no primeiro episódio da segunda temporada. Antes, na primeira temporada, seus personagens já viviam as consequências daquele dia fatídico: repressão das liberdades individuais, assassinatos organizados pelo Estado e total privação dos direitos das mulheres são alguns desses resultados.

Desde que chegou ao poder, aliás, Donald Trump deu um empurrãozinho no sucesso da série e do livro da autora canadense. Seu trato indecente com as mulheres e a repressão a políticas como a liberação do aborto fizeram com que feministas ao redor do mundo protestassem nas ruas vestidas de aias – protagonistas escravizadas pelos homens da elite na trama.

Ativistas vestidas com roupas dos personagens do seriado americano
Ativistas vestidas com roupas dos personagens do seriado americano “The Handmaid’s Tale” participam de protesto a favor da legalização do aborto em Buenos Aires, capital da Argentina – 07/08/2018 (Alejandro Pagni/AFP)

Lançado em 1985, O Conto da Aia foi inspirado na realidade de mulheres e de governos totalitários pelo mundo. Margaret Atwood sempre fez questão de dizer que Gilead – nome dado aos Estados Unidos após o golpe – não era só fruto da sua cabeça, mas sim um apanhado de fatos. “O tempo passou, e não nos afastamos de Gilead. Caminhamos em direção àquilo, especialmente nos Estados Unidos”, disse a autora em 2019, quando lançou a continuação Os Testamentos. Na trama mais recente, o governo fundamentalista ainda existe, quinze anos depois do fim de O Conto da Aia. Porém, já demonstra desgastes. Por trás da fachada religiosa, esconde-se a hipocrisia. Pedofilia, corrupção, entre tantos outros pecados contestados pelos próprios golpistas se mostram o motor de suas ações. Seria distopia ou realidade?

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