Deputados propõem ‘Lei Larissa Manoela’ para proteger menores de pais
Atriz revelou ter abdicado de um patrimônio de 18 milhões de reais para se ver livre do empresariamento dos próprios pais, que controlam seu dinheiro
A história do rompimento de Larissa Manoela com os pais, Silvana e Gilberto, após a atriz de 22 anos descobrir que ambos detêm a maior parte do patrimônio construído ao longo de sua carreira iniciada aos 4 anos, comoveu deputados e inspira quatro projetos de leis protocolados nesta terça-feira, 15. A intenção de todas é aumentar a proteção de bens conquistados por menores de idade, alterando o Código Civil e o Estatuto da Criança e do Adolescente, o ECA.
De Pedro Campos (PSB-PE) e Duarte Júnior (PSB-MA), o projeto apelidado de Lei Larissa Manoela visa alterar dois artigos do Código Civil a respeito do exercício de poder familiar, obrigando o Ministério Público a analisar a participação de menores de idade em sociedades empresariais. A atriz revelou no Fantástico do último domingo, 13, que descobrira ter apenas 2% de uma empresa em que era sócia com os pais, que detém 98% da mesma. “Esse caso ilustra a relevância da atuação do Ministério Público antes da entrada de menores de idade em sociedades empresariais. A intervenção do Ministério Público nesses cenários permitiria uma avaliação independente e imparcial quanto à distribuição da participação, assegurando a proteção dos interesses e direitos dos menores, especialmente quando se trata da administração de patrimônio acumulado durante a infância”, argumentam os deputados na justificativa do PL. O texto também exige que qualquer contrato seja revisto quando o menor atingir a maioridade, aos 18 anos. O PL de Campos e Júnior também estabelece que filhos menores de idade possam exigir prestação de contas dos pais sobre bens adquiridos como fruto de seu trabalho e impossibilitando a apropriação indevida por terceiros, apenas permitindo a administração.
Outro projeto, de Silvye Alves (União Brasil-GO), quer incluir o crime de violência patrimonial no Estatuto da Criança e do Adolescente, sob pena de seis meses a dois anos de detenção e bloqueio dos bens. Em outros dois textos, Marcelo Queiroz (PP-RJ) propôs a criação de um gestor patrimonial para administração de bens de menores de idade; enquanto Ricardo Ayres (Republicanos-TO) sugere que 70% do que menores de idade ganharem nas atividades artísticas não poderão ser movimentados pelos pais ou responsáveis.