‘BBB23’ do terror acaba com números vergonhosos – só uma pessoa riu
Reality terminou com o menor ibope e repercussão da história, indicando a saturação do formato
Fracasso histórico, o BBB23 chegou ao fim na noite de terça-feira, 25, com a médica Amanda Meirelles como campeã de uma edição marcada por duas expulsões, por assédio e acusações de racismo velado. De acordo com dados da Kantar Ibope Media, a 23ª temporada terminou com 19 pontos de média de audiência e se consagrou o pior ibope do programa de todos os tempos, superando a temporada de 2019, quando havia registrado 20.
Com quase 70% dos 76.290.810 votos computados, Amanda venceu o programa, faturando o prêmio de 2,88 milhões de reais e um carro avaliado em 500.000 reais — a maior recompensa da história. A campeã é a única que sai sorrindo dessa história, já que a votação foi a menor de uma final dos últimos anos. Edição passada, o BBB22 tinha batido 751.366.679 de votos para consagrar Arthur Aguiar o campeão (com 69% dos votos). Com isso, sua sucessora registrou míseros 10% desse total. O sinal de desgaste do BBB23 já estava claro desde o último paredão da temporada, quando a professora de educação física Larissa Santos fora eliminada em uma berlinda com apenas 22 milhões de votos.
Na madrugada de 16 de março, o cantor de funk MC Guimê e o lutador de MMA Antônio “Cara de Sapato” passaram do ponto com a mexicana Dania Mendez, que entrou no reality em um intercâmbio do Big Brother Brasil com La Casa de Los Famosos, do México. O marido de Lexa apalpou o corpo da mexicana sem autorização, e o atleta forçou beijos quando ambos estavam sob efeito de bebida alcoólica. Sob pressão de internautas e anunciantes, ambos foram expulsos. O programa conduziu o caso diante dos participantes e do público de forma esdrúxula, depois continuou seu curso com uma prova de liderança, em meio ao choque de todos com o ocorrido. Entre outras falas problemáticas ao longo desses três meses no ar, a atriz Bruna Griphao (que terminou em terceiro lugar) foi acusada por telespectadores de tecer comentários racistas ao cantar uma rima em que dizia que a participante Sarah Aline, negra, deveria comer uma banana. Além de associar Fred Nicácio, César Black e Márvvila, também negros, a “urubus”.
Quando o BBB19 chegou ao fim fracassado, a direção decidiu reformulá-lo, colocando participantes famosos no BBB20. Devido à pandemia da Covid-19, que enclausurou as pessoas em casa, e a dinâmica entre participantes, como o ator Babu Santana, a influenciadora digital e empresária Bianca Andrade (a Boca Rosa), a cantora Manu Gavassi e a médica Thelma Assis — vencedora –, o reality virou um sucesso.
Para a Globo, o Big Brother Brasil pode até ter sido um fenômeno comercial, arrecadando mais de 700 milhões de reais em parcerias e patrocínio, mas, em termos de audiência e repercussão, ficou bem abaixo do que a emissora já entregou no passado. Resta descobrir como o programa vai se reinventar para o ano que vem — mais uma temporada, a 24ª, já está em produção.