Dia das Mães: Assine a partir de 9 por revista
Imagem Blog

Tela Plana

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Críticas e análises sobre o universo da televisão e das plataformas de streaming

A lição que a Globo pode aprender com ‘Pedaço de Mim’

Com enredo de novela, série da Netflix tem como trunfo algo além do elenco: o ritmo acertado

Por Kelly Miyashiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 16 jul 2024, 15h42 - Publicado em 11 jul 2024, 19h31

Novo sucesso da Netflix, Pedaço de Mim une o melhor dos dois mundos de séries e novelas: um drama interessante, elenco de alto padrão, ótimo texto e ganchos instigantes ao final de cada capítulo. Um dos maiores acertos da produção feita sob encomenda para o streaming, porém, é uma lição que pode ser aprendida pela Globo: o ritmo acertado para contar a história. Há anos, a emissora tenta encontrar o melhor jeito de se adaptar ao streaming, com produções que tentam dialogar com a fotografia de séries — caso das novelas das 9 Um Lugar ao Sol (2021) e Amor de Mãe (2020) –, além de experimentar um formato mais curto, como em Todas as Flores (2022), lançada diretamente para o Globoplay, com 85 capítulos.

Obviamente seria injusto comparar uma série de 17 episódios com uma novela que precisa ter assunto para mais de 120 capítulos, não é este o ponto. A questão é que é possível fazer uma trama longa interessante, como Vale Tudo (1988), que ostentou uma trama dinâmica e sem tempo para tédio durante seus 202 capítulos — aclamados até hoje por não terem a famosa “barriga”, termo usado para definir quando nada está acontecendo na história. E a emissora parece ter perdido o jeito, talvez por ter cortado autores e diretores experientes do quadro de funcionários.

No caso de Pedaço de Mim, a autora, Ângela Chaves, e o diretor, Maurício Farias — ambos ex-Globo, a história de Liana (Juliana Paes), uma mulher que descobre estar grávida de filhos gêmeos de pais diferentes, é instigante na medida certa para o público que gosta tanto da velocidade das séries, quanto de um dramalhão novelístico. Dividida em três fases, a produção conta com viradas de tempo que não são bruscas (usando um salto de dez anos e depois outro, de sete anos), e as viradas e seus ganchos são tão relevantes dentro da trama que o telespectador não consegue parar, nem se entedia, até assistir tudo. Algo curioso estava sempre acontecendo até mesmo nos núcleos secundários que poderiam soar desinteressantes à primeira vista.

A construção dos personagens em cada momento é outro trunfo da série, que conta com o talento irrefutável de ex-figurões da Globo em, muito provavelmente, suas melhores atuações da carreira — caso de Juliana Paes, Vladimir Brichta (Tomás), Felipe Abib (Oscar), Palomma Duarte (Silvia) e João Vitti (Vicente).

Por mais que não tenha a mesma vitrine da Globo, segunda maior emissora de TV do mundo, nem o seu conhecimento de fazer novelas, a Netflix não se furtou de ir atrás de quem soubesse, e o resultado é uma produção de qualidade no streaming que há tempos não se vê na televisão. Resta saber se a plataforma conseguirá manter o padrão em uma próxima aposta — ainda sem previsão. E ainda se a rede de televisão está de olho na competição que chegou há tempos para fornecer algo inédito tão interessante quanto. De qualquer forma, quem ganhou foi o público — ou melhor, os assinantes do serviço que faz “tudum”.

Continua após a publicidade

Acompanhe notícias e dicas culturais nos blogs a seguir:

Tela Plana para novidades da TV e do streaming
O Som e a Fúria sobre artistas e lançamentos musicais
Em Cartaz traz dicas de filmes no cinema e no streaming
Livros para notícias sobre literatura e mercado editorial

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*
Apenas 5,99/mês
DIA DAS MÃES

Revista em Casa + Digital Completo

Receba 4 revistas de Veja no mês, além de todos os benefícios do plano Digital Completo (cada edição sai por menos de R$ 9)
A partir de 35,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a R$ 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.