Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Ricardo Rangel

Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Continua após publicidade

O (único) serviço que Augusto Aras prestou à República

Artur Lira, que fica, mantém na Câmara poder tão pessoal e intransferível quanto o do PGR, que agora sai

Por Ricardo Rangel Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 13 Maio 2024, 20h57 - Publicado em 25 set 2023, 18h30

Há muitos casos conhecidos de procuradores-gerais da República que, no passado, de uma maneira ou de outra, favoreceram o presidente da República da hora. (Geraldo Brindeiro, PGR de Fernando Henrique, chegou a ganhar os apelidos de Geraldo “Gaveteiro” e Engavetador-Geral da República.)

Mas não há nenhum PGR em nossa história que se compare a Augusto Aras, cujo servilismo ao homem que o nomeou que revelou insuperável . Com sua parcialidade, Aras, que entrega o cargo esta semana, prestou muitos e graves desserviços à República e à democracia. Não vai deixar saudades.

Aras prestou um único serviço ao país: demonstrou (ou enfatizou) a existência de uma grave e perigosíssima falha na legislação. O poder de denunciar, ou não, o presidente cabe, em caráter pessoal e intransferível, ao PGR. Ainda que o presidente tenha cometido um crime gravíssimo, o procurador-geral pode engavetar qualquer queixa contra ele sem que nada nem ninguém possa mudar a decisão. É um poder imperial e tragicamente antidemocrático.

Não é complicado resolver essa anomalia, basta que o Poder Legislativo estabeleça que o Conselho Superior do Ministério Público (um órgão colegiado) tenha o poder de, em caso de discordância, tirar o caso das mãos do procurador-geral e entregá-lo a algum subprocurador-geral da República. Essa providência, ou providência similar, como Aras bem demonstrou, é urgente.

Continua após a publicidade

E já que estamos nisso, vale mencionar que existe gargalo similar no que se trata de crimes de responsabilidade, isto é, aqueles passíveis de impeachment: o presidente da Câmara tem o poder de sozinho, engavetar, qualquer pedido nesse sentido. Nos últimos anos, Arthur Lira sentou em cima de cerca de 140 pedidos de impeachment contra Bolsonaro.

A solução é simples, basta que a Câmara crie uma cláusula no regimento interno estipulando que os deputados tenham o poder de botar um pedido para votar à revelia da vontade do presidente. (Reconheça-se que a hipótese de a Câmara reduzir os poderes do presidente mais poderoso que teve é remota. E isso faz com que a providência se torne ainda mais necessária.)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.