UFABC muda edital de viés antissemita depois de denúncia publicada neste blog
Ainda que seja um pequeno avanço, não houve alteração essencial na impostura e na delinquência intelectual
Lembram-se daquele edital da Universidade Federal do ABC para a contratação de quatro professores de uma área chamada “Relações Étnico-Raciais”? Escrevi a respeito. Um dos itens do programa da subárea “Diáspora Negra, Direitos Humanos e Racismo” era este: “4.3.1.4. Conexões da branquidade e dos regimes racistas: apartheid, nazismo, sionismo”. Ou por outra: na Universidade Federal do ABC, a diferença entre o nacionalismo judaico (sionismo) e o nazismo (que exterminava judeus) é só de inflexão. Essencialmente, seriam expressões de uma tal “branquidade”.
Muito bem! A Universidade Federal do ABC informa que o edital foi mudado. Agora, aquele item fica apenas assim: “4.3.1.4. Conexões da branquidade e dos regimes racistas”. O sionismo não aparece mais listado ao lado de aparheid e nazismo.
Melhora? Muito pouco! Quase nada. O problema, ademais, leiam o meu post, não está apenas aí, mas no conjunto da obra. Todo o edital é um manifesto do mais asqueroso proselitismo. Não se está a selecionar professores, mas militantes políticos.
Tome-se como exemplo a bibliografia desse item. É evidente que questões relacionadas ao judaísmo e ao sionismo serão debatidos. O único livro de referência que aparece é um que sustenta que o povo judeu não existe; seria apenas uma invenção de sionistas. Como o autor é judeu — Schlomo Sand —, então a UFBC deve se achar muito pluralista.
Reconheço, sim, o pequeno avanço, que consiste em sentir vergonha de ver aquele lixo expresso num documento. Mas sei que nada mudou essencialmente e sinto daqui o fedor que emana daquela abordagem.
Isso não é uma universidade, mas uma seita.