ONGs, neoditadores do planeta, recusam endosso ao documento da Rio+20
As ONGs, que não foram eleitas por ninguém, querem impor aos chefes de estado — boa parte eleita pelo povo — a sua agenda. Afinal, dizem-se representantes “da sociedade civil”. Pergunto: os chefes de estado representam quem? A “sociedade militar”? O fato é que os novos agentes da depredação da democracia não aceitam o documento […]
As ONGs, que não foram eleitas por ninguém, querem impor aos chefes de estado — boa parte eleita pelo povo — a sua agenda. Afinal, dizem-se representantes “da sociedade civil”. Pergunto: os chefes de estado representam quem? A “sociedade militar”? O fato é que os novos agentes da depredação da democracia não aceitam o documento da “Rio+20″. Leiam o que informa Luís Bulcão, na VEJA Online:
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Os representantes das ONGs convocaram os chefes de estado a intervir no documento final da Rio+20, que foi aprovado em nível ministerial sob a coordenação da diplomacia brasileira na terça-feira. Da forma como está redigido, o documento não tem o apoio das Organizações não-governamentais (ONGs) e outros grupos, como o das mulheres e o das crianças. A insatisfação é tamanha que o representante do grupo das ONGs pediu em seu discurso que seja retirada do texto a expressão “com plena participação da sociedade civil”. “As ONGs não apoiam esse texto de maneira nenhuma”, disse Wael Hmaidan, da Climate Action Network International, que falou em nome das ONGs. Hmaidan conclamou liderança dos chefes a interceder. “Vocês têm o poder de mudar isso. Estamos no limite de mais uma tentativa fracassada. Será um grande desperdício de poder e de oportunidade para liderança”. Os chamados Grandes Grupos foram ouvidos no início da tarde desta quarta-feira na sessão de alto nível da Rio+20, inaugurada pela presidente Dilma Rousseff e pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.
Um dos grupos a demonstrar maior descontentamento foi o das mulheres. A representante do grupo protestou contra a exclusão do direito de reprodução da declaração – ação coordenada pela diplomacia da Santa Sé. A representante do grupo das crianças afirmou que o documento como está não atende os direitos das gerações futuras. “O nosso futuro está a ponto de ser marcado entre colchetes e de ser deletado. Esse não é o futuro que queremos”, afirmou.
Já o representante do grupo de acadêmicos e cientistas afirmou que o mundo está em uma nova era, em que a humanidade exerce a principal influência sobre os sistemas naturais do planeta e que medidas mais firmes da comunidade internacional são necessárias para que o planeta possa abrigar a crescente população. Além das ONGs, das crianças, dos cientistas e das mulheres, os Grandes Grupos são compostos por representantes de povos indígenas, agricultores, sindicatos, indústria e negócios e autoridades locais. Apesar de poder participar da conferência, esses grupos não têm poder de voto.