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Reinaldo Azevedo

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O filho de Ideli Salvatti, a Prefeitura de Palmas, um colombiano e seus métodos

As urnas reservam algumas surpresas e exotismos neste 2012. Infelizmente, a democracia não é imune a aventureiros, e cabe ao eleitor a decisão. A boa educação política nos informa ser necessário lembrar ao cidadão votante que, em último caso, pode ser ele o responsável por aquele que o assalta. Estou falando, até aqui, em tese. […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 07h44 - Publicado em 2 out 2012, 07h49

As urnas reservam algumas surpresas e exotismos neste 2012. Infelizmente, a democracia não é imune a aventureiros, e cabe ao eleitor a decisão. A boa educação política nos informa ser necessário lembrar ao cidadão votante que, em último caso, pode ser ele o responsável por aquele que o assalta. Estou falando, até aqui, em tese. Adiante.

Em matéria de exotismo — e se deve, sim, cobrar da política um compromisso com a ética e dos políticos, um passado transparente —, a eleição em Palmas, capital do Tocantins, põe o resto do Brasil no chinelo. O colombiano Carlos Amastha (PP), dono do shopping Capim Dourado, disputa a liderança das pesquisas eleitorais com Marcelo Lelis, do PV. Mas quem é, afinal de contas, este senhor?

Antes de chegar a Tocantins, em 1999, a base de operações de Amastha no Brasil era Santa Catarina, estado em que a atual ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti (PT), fez carreira. Em 1999, a Operação Moeda Verde, deflagrada pela Polícia Federal, encontrou nesse estado uma verdadeira quadrilha, que, entre outras coisas, traficava licenças ambientais para permitir construções irregulares.

No vídeo abaixo, vocês ouvirão duas autoridades conversando sobre a liberação do Floripa Shopping, empreendimento de que Amastha era sócio. Assistam à reportagem da RBS. Cuidado com o estômago!

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Se você clicar aqui, lerá entrevista com delegada da Polícia Federal sobre o caso. Reportagem do Diário Catarinense informa que 54 pessoas foram indiciadas pela PF — Amastha entre elas por suposta prática de falsidade ideológica e participação em advocacia administrativa”. O inquérito sobre o caso — nº 2006.72.00.008647-0 (SC) tramita no Tribunal Regional Federal da 4ª Região, em segredo de Justiça.

Estirpe Salvatti
Muito bem! A passagem por Santa Catarina rendeu algumas amizades a Amastha. O coordenador de sua campanha em Palmas é Felipe Salvatti Mescolotto, filho da ministra com o atual presidente da Eletrosul, Eurides Mescolotto, hoje ex-marido. Esse deve ser um dos fatores que explicam o entusiasmo do PT de Tocantins com o colombiano. Ele não lida só com shopping, não! Também se meteu na área de educação — no Brasil, essas coisas quase não têm diferença.

Cobrando por aquilo que o Estado dá de graça
Leiam o que segue, extraído da página oficial sobre ensino à distância do dia 23 de julho de 2009:

Foi publicado no Diário Oficial da União desta quarta-feira, 22, a Portaria n° 33, desta terça-feira, 21, por meio da qual o secretário de Educação a Distância, Carlos Eduardo Bielschowsky, instaura processo administrativo contra a Fundação Universidade do Tocantins (Unitins), determinando como penalidade o descredenciamento da mesma para oferta de cursos superiores na modalidade a distância. A aplicação da penalidade, conforme elencado na portaria é em função de fatos como a cobrança de mensalidades por instituição pública de ensino; a delegação de competências acadêmicas pela Unitins à Eadcon, que não é credenciada para oferta de cursos na modalidade a distância; deficiências no ensino ofertado; bem como irregularidades nos polos. Por ultimo, a secretaria elencou a “recusa” da Unitins “em firmar Termo de Saneamento de Deficiências após 9 (nove) meses de negociação”. Em nota distribuída à imprensa nesta quarta-feira, a Unitins lamenta a abertura do processo punitivo pela SEED – Secretaria de Educação a Distância, já que propunha uma melhor discussão para o saneamento das deficiências apontadas pelo Ministério da Educação, em razão de, de acordo com a instituição, ”não dispor de condições econômicas para implementar as medidas saneadoras na forma em que vinham sendo definidas pelo ministério”.

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Voltei
E quem era o dono da tal Eadcon? Amastha! Em sociedade com sua mãe. Ele com 12,5% das ações. Ela com 72,5%. Logo depois do descredenciamento, saíram da sociedade. A Receita Federal entrou com quatro ações de execução fiscal contra a Eadcon e Amastha, no valor total de R$ 5.341.981,24. Essas ações tramitam na Justiça Federal de Palmas (Execuções Fiscais nº 2679-86.2012.4.01.4300, 2991-62.2012.4.01.4300, 4681-29.2012.4.01.4300
 e 4682-14.2012.4.01.4300). Amastha saiu da empresa e deixou tributos a pagar. A Eadcon e a Unitins respondem a cerca de 1400 ações judiciais propostas pelos alunos prejudicados pela instituição de ensino, em diversos estados.

O homem que corre o risco de se eleger prefeito de Palmas foi condenado pela Justiça do Paraná. O dono do terreno onde foi construído o Aspen Park Shopping Center diz que Amastha não lhe pagou pela área. O caso foi parar no STJ. A Justiça de Santa Catariana condenou o empresário três vezes por crime de calúnia — um caso tramita do Tribunal de Justiça do estado, e outros dois, no Tribuna Regional Federal da 4ª  Região.

Encerro
Bem, essas são algumas as histórias de Amastha, que não parece ser, exatamente, um ortodoxo. Setores burrinhos da imprensa, ora vejam!, tratam o homem apenas como “a novidade” contras as “elites tradicionais! O que parece é que os métodos empregados em Santa Catarina, que encantaram a família Salvatti, foram levados para Tocantins. Estaria Ideli estendendo os seus domínios para o cerrado?

Tremei, Tocantins!

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