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Reinaldo Azevedo

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Gerdau, que conhece o governo por dentro, dá nota entre 3 e 4 para a governança no Brasil

Os petistas inventaram um inimigo terrível chamado “mídia”. E o que é essa tal “mídia”. Geralmente é constituída por veículos de comunicação e por jornalistas que publicam notícias que os “companheiros” não gostam de ler. Se os fatos insistem em desmentir as versões oficiais, então resta denunciar conspirações as mais exóticas. Muito bem. Dilma convidou […]

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 31 jul 2020, 05h17 - Publicado em 30 set 2013, 20h54

Os petistas inventaram um inimigo terrível chamado “mídia”. E o que é essa tal “mídia”. Geralmente é constituída por veículos de comunicação e por jornalistas que publicam notícias que os “companheiros” não gostam de ler. Se os fatos insistem em desmentir as versões oficiais, então resta denunciar conspirações as mais exóticas.

Muito bem. Dilma convidou o empresário Jorge Gerdau para comandar a Câmara de Gestão e Planejamento do Governo Federal, um órgão de assessoramento direito da Presidência da República. Leiam o que informa Márcio Prates no site da revista Exame, Volto em seguida.

Há dois anos e meio à frente da Câmara de Gestão e Planejamento do Governo Federal – instância criada dentro da administração Dilma para melhorar a governança pública do país – o empresário Jorge Gerdau deu hoje a sua nota para qualidade da administração pública nacional: qualquer coisa entre 3 e 4. Com ele, concordaram todos os demais debatedores presentes no EXAME Fórum, que acontece hoje na capital paulista para discutir formas de aumentar a produtividade brasileira. Uma questão que perpassa, inevitavelmente, pela qualidade dos serviços públicos. Segundo Gerdau, o quadro não é nada animador nos 39 ministérios do Governo Dilma. Quase todos foram analisados pela Câmara para saber o nível de unidade sobre objetivos e planos de longo prazo.

“No setor privado, querendo ou não, o sistema de governança é quase diariamente debatido. Mas em quase nenhum desses 39 ministérios nós sabemos onde queremos chegar”, afirmou o empresário. Gerdau não estava sozinho em seu diagnóstico desolador, mas outros debatedores lembraram que há algumas (poucas) razões para não perder a esperança. “Existem ilhas de boas práticas dento do governo. Precisamos buscar o que tem de bom e replicar isso. Queremos um projeto de governança para o Estado brasileiro a médio e longo prazos”, afirmou o presidente do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes.

Travas ao desenvolvimento
O chefe do TCU aproveitou a discussão para rebater as acusações feitas por membros do governo federal de que o Tribunal é parte do problema pela baixa execução de obras no Brasil. Segundo ele, por exemplo, das 1.153 obras conduzidas pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) em certo período, apenas seis foram paralisadas pelo TCU. “Fizemos levantamento que 53% das obras não têm projeto básico e executivo. Culpar o TCU é buscar um bode expiatório sobre o problema da gestão. É esse o grande nó para o desenvolvimento do Brasil hoje”, opinou Nardes.
(…)

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Voltei
Acredito que a presidente Dilma tenha escolhido para comandar a tal Câmara de Gestão uma pessoa de confiança. Não estive presente ao seminário, mas creio que a nota dada por Gerdau, bem abaixo da média para alguém “passar de ano” — ou “passar de mandato”, ironizaria eu —, não se restrinja ao governo federal. Segundo entendi, ele está se referindo ao padrão de governança no Brasil.

Ainda assim, é evidente que o centro do seu desalento é mesmo o governo federal. Assim, os céticos ou descontentes com as críticas feitas pela tal “mídia” têm um motivo adicional e tanto para crer em Gerdau: ele está lá dentro. Pelo visto, não poderá dizer como Júlio César: “Fui, vi, venci”. Se, a esta altura, dá uma nota entre três e quatro, poderia dizer: “Fui, vi, fui vencido”. O mau Brasil, infelizmente, ganhou a parada. Tenho cá pra mim, mas isso é lá com ele, que o próprio Gerdau não deve ver motivos para continuar. Fazer o PT aderir à racionalidade não é nem fácil nem difícil. É apenas inútil.

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