Último Mês: Veja por apenas 4,00/mês
Imagem Blog

Reinaldo Azevedo

Por Blog Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
Continua após publicidade

Cachoeira, Cavendish e Assad viram réus na Operação Saqueador

Juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aceitou a denúncia do Ministério Público Federal contra os 23 acusados de participação no esquema de corrupção que desviou e lavou cerca de 370 milhões de reais

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h22 - Publicado em 1 jul 2016, 18h57

Por João Pedroso de campos, na VEJA.com:

Alvos da Operação Saqueador, deflagrada ontem pela Polícia Federal, o empresário Fernando Cavendish, o bicheiro Carlinhos Cachoeira e o lobista Adir Assad viraram réus e serão julgados sob as acusações de formação de quadrilha e lavagem de 370 milhões de reais desviados de contratos da empreiteira Delta com o poder público. Além de Cavendish, Cachoeira e Assad, o juiz federal Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, aceitou as denúncias contra outros 20 acusados de participação no esquema de corrupção.

Ao contrário de outros quatro denunciados que tinham mandados de prisão preventiva, no entanto, Fernando Cavendish não foi preso ontem. Os agentes da Polícia Federal buscaram pelo empresário em sua casa, no Leblon, Zona Sul do Rio, para cumprir o mandado de prisão preventiva, mas não o encontraram. Cavendish está no exterior.

Segundo os investigadores da Saqueador, os desvios milionários, identificados na denúncia do MP como “crimes antecedentes” ao de lavagem de dinheiro, se deram em quatro contratos da Delta, que pertencia a Fernando Cavendish: dois contratos firmados com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT) em 2010, o contrato para construção do complexo aquático Maria Lenk, no Rio de Janeiro, em 2006, e em um contrato para despoluição de praias no município de Iguaba Grande (RJ), em 1999.

Uma perícia na contabilidade da construtora mostra que 96% do seu faturamento entre 2007 e 2012, o equivalente a 11 bilhões de reais, eram oriundos de obras públicas, inclusive do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Leandro Mitidieri, o procurador responsável pela denúncia do MPF, classificou ontem como “sofisticado” o esquema de lavagem de dinheiro, que envolvia 18 empresas de fachada para destinar dinheiro a políticos a agentes públicos, e, de acordo com Mitidieri, era “capitaneado” por Carlinhos Cachoeira.

Continua após a publicidade

As obras do DNIT em que houve fraude pela Delta envolvem o trecho maranhense da BR-316, que vai de Belém (PA) a Maceió (AL), e projetos de infraestrutura rodoviária no Ceará. A investigação da Saqueador aponta que entre 2006 e 2012 o DNIT pagou 3,5 bilhões de reais à empreiteira de Cavendish.

No contrato com o DNIT do Maranhão, de acordo com os investigadores com base em acórdão do Tribunal de Contas da União (TCU), houve utilização de material diferente do previsto em contrato e pagamentos por materiais não utilizados nos serviços. Na obra no Ceará, além de desvio de dinheiro público, o Ministério Público detectou fraude em licitação, superfaturamento e pagamentos indevidos. A apuração dos procuradores levou a Controladoria-Geral da União (CGU), atual Ministério da Transparência, a declarar a inidoneidade da Delta em 2012, processo que levou a construtora a pedir recuperação judicial naquele ano.

Construído para os Jogos Panamericanos de 2007 e palco das competições de natação nas Olimpíadas, que começam daqui a 36 dias no Rio, o Parque Aquático Maria Lenk é outra obra em que houve irregularidades na contratação da Delta. Em 2006, a Empresa Municipal de Urbanização (RioUrbe) “dispensou indevidamente”, segundo o MP, a licitação para construção do complexo e beneficiou a empreiteira. O Maria Lenk custou cerca de 80 milhões de reais, dos quais 60 milhões de reais vieram do governo federal, então comandado pelo ex-presidente Lula.

Outro contrato da Delta elencado pelo MP como fraudulento foi assinado pela construtora em 1999 com a prefeitura de Iguaba Grande, município fluminense a cerca de 130 quilômetros do Rio, para a despoluição das praias da cidade. Pela obra de 5,6 milhões de reais, superfaturada, Fernando Cavendish acabou condenado em 2013 a quatro anos e seis meses de prisão em regime semiaberto por desvio de dinheiro público. Ele recorreu da condenação e responde em liberdade.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Veja e Vote.

A síntese sempre atualizada de tudo que acontece nas Eleições 2024.

OFERTA
VEJA E VOTE

Digital Veja e Vote
Digital Veja e Vote

Acesso ilimitado aos sites, apps, edições digitais e acervos de todas as marcas Abril

1 Mês por 4,00

Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (equivalente a 12,50 por revista)

a partir de 49,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$118,80, equivalente a 9,90/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.