Ah, entendi: o Moura é editor da Companhia das Letras, não do Valor; o que muda e o que não muda
Leitores dizem que Flávio Moura (o cara que decretou a minha morte e a de outros no Valor) não é editor de livros do jornal, mas editor de livros da Companhia das Letras. Vou ao Google. É verdade. Então é preciso corrigir o pé biográfico dele. Está assim: “Flávio Moura é jornalista, editor de livros […]
Leitores dizem que Flávio Moura (o cara que decretou a minha morte e a de outros no Valor) não é editor de livros do jornal, mas editor de livros da Companhia das Letras. Vou ao Google. É verdade. Então é preciso corrigir o pé biográfico dele. Está assim: “Flávio Moura é jornalista, editor de livros e doutor em sociologia pela USP”. Tem de dizer de onde. André Gide também era “editor de livros” e não era Flávio Moura.
Vou fazer as devidas correções nos outros textos. Não muda uma vírgula do que eu disse sobre o Valor, mas requalifica a crítica que fiz a Moura e a que ele me fez — e a outros jornalistas e colunistas. Editor da Companhia das Letras, é? Entendo. Já bati boca com o patrão dele, Luiz Schwarcz, que decidiu me atacar em artigo de jornal. Como se vê, eles sempre tomam a iniciativa, intolerantes que são. Eu reajo. É claro que respondi. Agora vem o empregadinho. Pelo menos não erra ao usar o modo subjuntivo…
O ódio, está explicado, ainda é desdobramento do caso Jabuti, lembram-se? É aquele prêmio literário que, na forma anterior, poderia ser dado a qualquer um, desde que o Chico Buarque não estivesse concorrendo. Sim, fui eu quem primeiro botou a boca no trombone. Estou morto, como diz o empregadinho, mas o fato é que as regras do Jabuti foram alteradas. Schwarcz, que edita Chico Buarque, não gostou e me acusou de criticá-las porque sou um autor da Editora Record. Huuummm… O tal Moura, na folha de pagamentos dele, me ataca agora porque é um homem independente, com ideias próprias, certo?
Sim, houve um tempo em que era uma espécie de suicídio intelectual, cultura e moral confrontar os “Schwarczen” e os “Chicos” da vida, dada a influência, poder mesmo!, que essa gente tinha e ainda tem nos tais “segundos cadernos”. Tentaram liquidar “O País dos Petralhas II” sem nem o trabalho de lê-lo. Inútil. O livro vai chegar fácil aos 50 mil exemplares vendidos. Eu não dependo desses bacanas para absolutamente nada! Escrevo o que quero, penso o que quero e não tenho de me ajoelhar para as suas igrejinhas influentes.
À época, eu até lancei um desafio, incitando a turma a escrever ensaios demonstrando por que o Chico é um grande romancista, o mais laureado do Brasil. Ninguém topou. Ele é o melhor porque dizem que ele é o melhor. Pra mim, é pouco. Certo! O Moura não é do Valor. O jornal o contratou para essa chacina em particular…