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Reinaldo Azevedo

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Blog do jornalista Reinaldo Azevedo: política, governo, PT, imprensa e cultura
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A corrupção da família

Sérgio Machado só decidiu fazer a delação premiada quando a Lava-Jato chegou a um de seus filhos, que opera em Londres

Por Reinaldo Azevedo Atualizado em 30 jul 2020, 22h36 - Publicado em 31 Maio 2016, 22h34

Pois é… Chegou a hora de a gente recuperar, num novo contexto e com novo sentido, aquela que já é um clássico de Fábio Júnior: “Pai, você foi meu herói, meu bandido….”. A gente percebe que, no Brasil, os vícios vão ganhando, assim, a força de uma hereditariedade. Ainda bem que uma nova cultura parece estar se plasmando, avessa à impunidade em qualquer área.

Por que isso tudo? Sérgio Machado, o gravador-geral da República, estava disposto a resistir. Ensaiou direitinho o papel de indignado quando se tornou um dos investigados da Lava-Jato, embora ninguém tenha levado a sério a sua indignação, nem amigos nem inimigos.  De algum modo, no entanto, estava disposto a arcar com os ossos do seu ofício.

Ele só cedeu quando a força-tarefa chegou a seu garoto, a seu caçula. Expedito Machado, apelidado “Did”, mora em Londres e administra um fundo de investimentos. Biscoito fino. Não é para as massas.

A Polícia Federal e o Ministério Público investigam se o tal fundo é alimentado com dinheiro sujo oriundo do Brasil. Na verdade, já chegou à conclusão de que é. E só por isso Sérgio, o pai, decidiu botar a boca no trombone. “Did” fez o mesmo e também fechou a sua colaboração.

Machado foi além de fazer uma simples delação premiada. Ele resolveu ser também um alcaguete e saiu gravando geral. Por incrível que pareça, nas fitas que vieram a público até agora, não há uma só revelação comprometedora. Não obstante, elas já derrubaram dois ministros.

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Os Lula da Silva
“Did’ não é o único. Luís Cláudio Lula da Silva também cantarola Fábio Júnior, não é mesmo? A Operação Zelotes descobriu que o rapaz é um portento nos negócios. De certo modo, é até mais, como dizer?, vivo do que Fábio Luiz da Silva, seu irmão, o notório “Lulinha”. Este ao menos tem uma empresa física, a Gamecorp, que põe no mercado alguns produtos na área de game e TV.

Luiz Cláudio nem isso. A sua empresa de marketing esportivo é o empreendimento de um homem só, e ele é consultor de alguma coisa, que ninguém sabe direito o que seja. Seu único trabalho conhecido é um “estudo” que era cópia de material encontrável na Internet.

Quem sai aos seus não degenera a casta. Não deixa de ser impressionante que essa gente meta a família no meio das lambanças. Sei lá, devo conservar alguns traços antigos, já superados por esses patriotas. Penso ser muito constrangedor não esconder nem dos próprios filhos procedimentos tão, como dizer?, heterodoxos!

Não deixa de ser também uma corrupção da família.

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