“Torço para a Venezuela voltar à normalidade” após eleições, afirma Lula
Presidente diz que, se for convidado, Brasil participará do monitoramento internacional do pleito presidencial no país vizinho
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira, em café com jornalistas no Palácio do Planalto, que torce para a Venezuela “voltar à normalidade” depois das eleições presidenciais em 28 de julho, sobre as quais pesam interferências do regime de Nicolás Maduro, aliado do petista, contra a oposição.
“Se o Brasil for convidado, participará do acompanhamento dessas eleições, na perspectiva de que, quando terminarem essas eleições, as pessoas voltem à normalidade, ou seja, quem ganhou toma posse e governa e quem perdeu se prepara para outras eleições”, declarou Lula.
Ele também disse ter expectativa pelo retorno da “normalidade” depois das eleições para que o país vizinho receba de volta os milhões de venezuelanos que se refugiaram no exterior devido à crise econômica.
Questionado sobre sua visita à Colômbia e a reunião bilateral com o presidente Gustavo Petro, Lula defendeu um aprofundamento da integração na América do Sul para que os países do continente participem de negociações internacionais em bloco.
O petista disse que o fluxo comercial com a Colômbia soma hoje apenas 7 bilhões de dólares por ano, mas, por se tratar de um país que compartilha mais de 1.600 quilômetros de fronteira com o Brasil e tem mais de 50 milhões de habitantes, tem potencial para chegar a 30 bilhões de dólares em importações e exportações por ano.
“Estamos fazendo um processo de integração coordenado pela Simone Tebet, concluindo ferrovias, pontes e via marítima de Manaus a Manta, no Equador, com entrada por rio que vai para a Colômbia. A gente também está discutindo estrada e ferrovia para o Chile, para a Colômbia e para o Peru”, disse Lula.
Segundo o presidente, esse sistema de integração dentro do continente diminuiria o tempo de viagem dos produtos fabricados no Norte do Brasil para a China em 10.000 quilômetros.
Lula anunciou que viajará ao Chile em maio. “Ou nós agimos enquanto bloco, afinamos a nossa viola e entramos no picadeiro das negociações internacionais ou, se achar que individualmente vai ter chance, ‘sou mais amigo dos Estados Unidos e vai me privilegiar’… Isso é bobagem”, afirmou.