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STF só tem confirmação ‘informal’ sobre sanção dos EUA contra a Corte

Escolha dos alvos, pelo governo Trump, é orquestrada por Eduardo Bolsonaro, na Casa Branca, avaliam integrantes da Corte

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 19 jul 2025, 12h25 - Publicado em 19 jul 2025, 12h18

Quinze horas depois do anúncio de sanções pelo governo dos Estados Unidos contra Alexandre de Moraes, seus familiares e “aliados no STF”, os ministros da Corte seguem no escuro em relação ao que foi, de fato, decidido pelo governo de Donald Trump.

Auxiliares de Lula relatam ao Radar que confirmaram informalmente com fontes em Washington que a lista vazada por aliados de Jair Bolsonaro nas redes seria verdadeira. Essa informação informal foi repassada pela gestão petista a Luís Roberto Barroso no STF. O que há de concreto na crise, portanto, é esse telefone sem fio internacional.

“A única forma de confirmar se a lista é verdadeira, no entanto, é viajando aos EUA para ver o que acontece na imigração”, diz um auxiliar de Lula.

Na noite desta sexta, Marco Rubio, secretário de Estado do governo Trump, revelou nas redes a sanção imposta a Moraes, por restringir as liberdades de Jair Bolsonaro.

“O presidente Trump deixou claro que seu governo responsabilizará estrangeiros responsáveis pela censura de expressão protegida nos Estados Unidos. A caça às bruxas política do Ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, contra Jair Bolsonaro criou um complexo de perseguição e censura tão abrangente que não apenas viola direitos básicos dos brasileiros, mas também se estende além das fronteiras do Brasil, atingindo os americanos”, disse Rubio.

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Diante da manifestação, aliados de Bolsonaro passaram a circular uma lista, não confirmada pelos EUA, de autoridades brasileiras atingidas pelas sanções. Além de Moraes e seus familiares, os ministros Gilmar Mendes, Cármen Lúcia, Edson Fachin, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luís Roberto Barroso e Dias Toffoli estariam na lista, que seria ainda composta pelo chefe da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, o chefe da PGR, Paulo Gonet, e outros investigadores e políticos como Rodrigo Pacheco, ex-chefe do Senado. Só Nunes Marques, André Mendonça e Luiz Fux teriam escapado no Supremo.

Para magistrados ouvidos pelo Radar, a narrativa de Eduardo Bolsonaro e seus aliados em relação a medidas contra o Supremo tem detalhes que passam distantes da própria compreensão dos americanos sobre o que se passa no Brasil, o que leva o tribunal a adotar cautela ao abordar a crise.

“Se for real essa coisa dos vistos em relação a todas essas autoridades brasileiras, é como se o Eduardo Bolsonaro estivesse redigindo atos dentro da Casa Branca”, diz um ministro ao Radar.

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Outro integrante da Corte vai na mesma linha: “Os nomes citados são alvos dele, do pai e dos investigados que não querem pagar por seus graves crimes”, diz o magistrado.

Certa ou não, a lista foi usada pelo presidente Lula para condenar publicamente a decisão do governo Trump de ir para cima do Supremo em defesa de Jair Bolsonaro.

“É mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos. A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, disse Lula.

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Um dos ministros ouvidos pelo Radar diz que tudo isso poderia ter sido evitado se o governo Lula tivesse feito o dever de casa e aberto canais de diálogo com os Estados Unidos. “A verdade é que a nossa diplomacia não vai bem há algum tempo. Como é que o governo brasileiro não tem um canal direto com os Estados Unidos? Não conversar com os Estados Unidos é estranho”, diz o ministro.

Como o governo Lula não abriu canais com os americanos para rebater o “Brasil do Eduardo Bolsonaro”, acaba prevalecendo a mentira bolsonarista, na avaliação de integrantes da Corte.

O Itamaraty tem canais com o governo dos Estados Unidos — basta ver o trabalho sobre deportações –, mas a verdade é que é uma opção política do governo Trump seguir por esse caminho, retaliando o Supremo em defesa de Bolsonaro, sem se preocupar em ouvir o Brasil.

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Um auxiliar de Lula confirma que o governo não tem confirmação oficial sobre os nomes sancionados pelos Estados Unidos nem espera receber informação sobre o tema, porque política de visto é uma prerrogativa interna de cada país.

O governo Lula trata como verdadeira, no entanto, a lista divulgada pelo bolsonarismo porque uma fonte oficial de Washington confirmou informalmente a veracidade da lista vazada.

“Não houve uma medida oficial contra os ministros do STF. Houve o anúncio. A gente confirmou que auxiliares do Secretário de Estado vazaram a lista de potenciais alvos aos bolsonaristas. Foi um vazamento direcionado”, diz uma fonte do governo petista.

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