PSOL pede cassação de Carla Zambelli no Conselho de Ética da Câmara
Representação apresentada pelo partido nesta segunda aponta quebra de decoro da deputada por suposta participação em plano golpista de Bolsonaro e militares

O PSOL apresentou no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados, nesta segunda-feira, uma representação para pedir a cassação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) por quebra de decoro parlamentar, em razão da suposta participação da parlamentar no plano golpista envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro e membros das Forças Armadas.
O documento é assinado pela presidente nacional do partido, Paula Coradi, e pela bancada federal da legenda. A representação cita informações do relatório da Polícia Federal sobre a atuação de Zambelli para pressionar o então comandante da Aeronáutica, o tenente-brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, em 8 de dezembro de 2022, para que ele aderisse ao plano golpista, segundo o próprio chefe da FAB informou aos investigadores em fevereiro deste ano.
“O depoente disse que no dia 08/12/2022, após a formatura dos aspirantes à oficial da FAB, na cidade de Pirassununga/SP, o depoente foi interpelado pela Deputada Federal CARLA ZAMBELLI, com a seguinte indagação: “Brigadeiro, o senhor não pode deixar o Presidente Bolsonaro na mão”. O depoente afirmou que entendeu que a Deputada estava propondo que aderisse a um ato ilegal”, diz o relatório da PF sobre o plano golpista.
O PSOL pede a cassação do mandato de Zambelli com base no artigo 55 da Constituição Federal e no Código de Ética da Câmara dos Deputados, argumentando que a conduta da deputada configura grave violação aos princípios democráticos e ao decoro parlamentar. “Quem pressiona chefe das Forças Armadas pra cometer golpe não pode estar na Câmara dos Deputados”, afirma o deputado federal Ivan Valente.