Prefeito ‘tiktoker’ de Sorocaba é alvo da PF por desvios na saúde
Rodrigo Manga, do Republicanos, lançou recentemente uma pré-candidatura à Presidência da República em 2026

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira a operação “Copia e Cola”, que tem o objetivo de desarticular uma suposta organização criminosa voltada ao desvio de recursos públicos da saúde de Sorocaba. Agentes fizeram buscas na residência do prefeito “tiktoker” Rodrigo Manga (Republicanos) como parte da ação.
Recentemente, Manga lançou uma pré-candidatura à Presidência da República em 2026.
A investigação sobre os desvios teve início ainda em 2022, após suspeitas de fraudes na contratação de uma organização social (OS) para administrar, operacionalizar e executar ações e serviços de saúde no município paulista.
Também foram identificados atos de lavagem de dinheiro, por meio de depósitos em espécie, pagamento de boletos e negociações imobiliárias.
Mais de 100 policiais federais estão dando cumprimento a 28 mandados de busca e apreensão nas cidades de Sorocaba, Araçoiaba da Serra, Votorantim, Itu, São Bernardo do Campo, São Paulo, Santo André, São Caetano do Sul, Santos, Socorro, Santa Cruz do Rio Pardo e Osasco, todas no estado de São Paulo, inclusive contra Manga.
Também há um mandado de busca e apreensão em Vitória da Conquista, na Bahia.
A decisão judicial que autorizou a operação determinou ainda o sequestro de bens e valores em um total de até 20 milhões de reais e a proibição da organização social (OS) investigada de contratar com o poder público.
Os investigados poderão responder, de acordo com suas condutas individualizadas, pelos crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, ocultação de capitais (lavagem de dinheiro), peculato, contratação direta ilegal e frustração de licitação.
Há pouco, a defesa de Rodrigo Manga divulgou uma nota sobre o caso. Veja, na íntegra:
“Os advogados do Prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga, reeleito com aprovação recorde da cidade, explicitam que causou surpresa, para não se dizer, desde logo, algo mais incisivo, a busca e apreensão, desnecessária e abusiva, ocorrida nesta manhã. Os supostos fatos investigados são de 2021 e, no pouco que a defesa obteve acesso, não existe qualquer elemento, mínimo que fosse, que pudesse relacionar o prefeito a atos ilícitos. A Polícia Federal tenta proceder a ilegal “pesca probatória” para investigar a pessoa, o que é vedado por nossa legislação. A defesa vê tal ato com enorme preocupação, justamente porque não se pode permitir que se faça uso político de nossa força
policial, induzindo o Poder Judiciário em erro”.