O que fez Motta voltar atrás sobre recuo em projeto sobre adultização
Além de considerar o tema inadiável, chefe do Legislativo temia que entrada do governo na pauta pudesse contaminar tramitação

Após um vai e volta, o presidente da Câmara, Hugo Motta, decidiu que colocará em votação na próxima semana a proposta que pretende combater a “adultização” de crianças na internet.
O assunto ganhou força dentro do Legislativo após a repercussão do vídeo do influenciador Felipe Bressanim Pereira, conhecido como Felca, denunciando o influenciador Hytalo Santos por exploração de menores e alertando para riscos de exposição infantil nas redes sociais.
Diante do “boom” do vídeo nas redes, Motta afirmou no domingo que pautaria proposição relacionada ao tema ainda nesta semana.
Dois dias depois, porém, acenou para uma comissão geral e para um grupo de trabalho que analisaria os projetos sobre o assunto para criar um texto mais amplo. Isso daria uma tramitação mais lenta à medida.
Ontem, Motta se reuniu com especialistas, voltou atrás e decidiu votar o texto já aprovado no Senado, do senador Alessandro Vieira, na próxima semana.
Segundo aliados, além da necessidade de dar uma resposta célere sobre o tema – o paraibano disse que uma iniciativa desta natureza seria inadiável -, foi determinante para a decisão de levar a proposição ao plenário na semana que vem o temor de que o envio de propostas pelo Executivo – que poderia abordar de forma mais genérica a questão das redes sociais – contaminasse a tramitação e dificultasse a aprovação de alguma medida.