Lula questiona Múcio sobre ambiente nas Forças após prisão de Braga Netto
O ministro da Defesa se reuniu com o presidente na manhã desta terça-feira, na casa do petista, em São Paulo

O ministro da Defesa, José Múcio Monteiro, se reuniu com Lula na manhã desta terça-feira e disse que ele quis saber como estava o ambiente nas Forças Armadas após a prisão do general Walter Braga Netto, realizada pela PF no último sábado, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF.
“Ele queria saber como estava o ambiente nas Forças. Evidentemente que isso era uma coisa que já se esperava. Todo mundo esperava. Há um constrangimento ao espírito de corpo de cada Força, mas já se esperava. Nós desejamos que todos esses que estão envolvidos respondam à Justiça”, declarou Múcio, na saída da casa de Lula em São Paulo, onde o presidente se recupera das cirurgias a que foi submetido na semana passada.
Na sequência, o chefe do Ministério da Defesa afirmou que nem ele nem o comandante do Exército, o general Tomás Paiva, sabiam previamente da prisão de Braga Netto.
“Poucas pessoas acreditam que nós não somos avisados. Na véspera, o general Tomás me telefonou às 10 horas [da noite de sexta-feira] e disse: ‘a Polícia Federal avisou que amanhã vão ter duas operações em casa de dois militares, uma no Rio e uma em Brasília’. E às 6h15 [da manhã do sábado] ele me telefonou dizendo na casa de quem era, mas o Exército, nem a Marinha, nem a Aeronáutica têm informação de quais são as pessoas que vão sofrer esse tipo de operação”, afirmou.
Além da ordem de prisão preventiva, os investigadores realizaram buscas em endereços de Braga Netto e do coronel da reserva Flávio Botelho Peregrino, ex-assessor do general.
“Mas é necessário, precisa acabar para a gente olhar para frente e para tirar a suspeição dos inocentes. Eu digo muito que cada um entrou nisso com seus CPFs e a gente tem que preservar o CNPJ das três Forças”, comentou.
Questionado como está a situação nas Forças Armadas, o ministro começou dizendo que está “muito bem” e fez um complemento:
“Quer dizer, estão, como eu disse, constrangidos, é um colega, estudaram junto, é o primeiro general quatro estrelas que é detido no Exército, mas não foi surpresa para ninguém”.