Lula demite Nísia Trindade do Ministério da Saúde
Ela será substituída no cargo pelo petista Alexandre Padilha

O presidente Lula decidiu, nesta terça, demitir a ministra da Saúde, Nísia Trindade, do cargo que ocupava desde o início do governo, em 2023. Aos 67 anos, a socióloga deixa o governo após sofrer um longo processo de fritura política.
O presidente decidiu colocar no lugar dela o ministro Alexandre Padilha, que tocava a articulação política do governo com o Congresso. Padilha comandou a Saúde durante o governo de Dilma Rousseff. Ele vai tomar posse no próximo dia 6 de março, depois do Carnaval, portanto.
Nísia teve, nesta terça, uma agenda com o presidente Lula no Planalto. Ela discursou, foi bastante aplaudida na cerimônia e até teve sua entrega exaltada pelo presidente nas redes.
Nada disso, no entanto, impediu a queda. Depois de ser informada por Lula de sua demissão, a ministra voltou ao gabinete e reuniu auxiliares para comunicar saída. Veja o comunicado do Planalto:
“O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu na tarde desta terça-feira, 25 de fevereiro, com a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Na ocasião, comunicou a ela a substituição na titularidade da pasta, que passará a ser ocupada pelo atual ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, a partir da posse marcada para a quinta-feira, dia 6 de março.
O presidente agradeceu à ministra pelo trabalho e dedicação à frente do ministério”.
Alexandre Padilha exalta Nísia
Nas redes sociais, Padilha afirmou que aceitou “com muita honra” o convite de Lula. “Como médico infectologista, professor e pesquisador do SUS e ex-ministro da Saúde, sei do desafio que isso representa, sendo o Brasil o único país do mundo com população maior que 100 milhões de habitantes com um sistema de saúde público, gratuito e universal”, escreveu. “Fortalecer o SUS continuará sendo a nossa grande causa, com atenção especial para a redução do tempo de espera de quem busca cuidado na rede de saúde. Esse é o comando que recebi do presidente Lula e ao qual vou me dedicar integralmente.”
“Tenho profunda admiração e carinho pela minha amiga Nísia Trindade, com quem tive a honra de trabalhar nesses dois anos”, seguiu o ministro. “Símbolo de compromisso e seriedade à frente da Fiocruz e do Ministério da Saúde, Nísia deixa um legado de reconstrução do SUS, após anos de gestões negacionistas, que nos custaram centenas de milhares de vidas.”
Padilha também agradeceu a Lula por ter confiado a ele a missão de chefiar a articulação do governo, afirmando que “tivemos de lidar com o desafio de implementar uma verdadeira reabilitação das relações institucionais no Estado brasileiro, após quatro anos de um governo que tinha o projeto criminoso de destruir a democracia e fabricar conflitos”.
Fui convidado pelo presidente @LulaOficial para ser ministro da Saúde e aceitei com muita honra essa nova missão.
Como médico infectologista, professor e pesquisador do SUS e ex-ministro da Saúde, sei do desafio que isso representa, sendo o Brasil o único país do mundo com… pic.twitter.com/0tCqQD0GQP
— Alexandre Padilha (@padilhando) February 25, 2025