Lula cogita importar arroz e feijão para suprir produção e baixar preço
Presidente diz ter discutido a compra dos produtos no exterior com Carlos Fávaro e Paulo Teixeira para compensar o atraso na colheita no RS
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta terça-feira, 7, que conversou com os ministros Carlos Fávaro (Agricultura) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) sobre recorrer a importações para equilibrar a produção de arroz e feijão, principalmente diante dos estragos dos temporais no Rio Grande do Sul, e baixar o preço desses produtos ao consumidor final.
Em entrevista a emissoras de rádio a partir dos estúdios da EBC, em Brasília, Lula afirmou ter ouvido dos ministros que o nível atual do preço do arroz e do feijão se devia à diminuição da área plantada e ao atraso da colheita de produtores gaúchos, mesmo antes da tragédia climática que vem assolando o estado desde a semana passada.
“Se for o caso, para equilibrar a produção, a gente vai ter que importar arroz, vai ter que importar feijão, para colocar na mesa do povo brasileiro o preço compatível com aquilo que ele ganha”, declarou o presidente.
Lula disse que nenhum representante do agronegócio “tem o direito de reclamar” de falta de recursos por parte do governo federal, citando o valor do Plano Safra 2023/2024, a abertura de 106 novos mercados para carnes brasileiras desde o início do ano passado e até linhas de crédito em dólar, via BNDES.
O petista também afirmou que Fávaro e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, têm conversado entre si e com ele sobre possíveis caminhos para a renegociação de dívidas de produtores rurais.
Durante resposta à rádio Centro América, de Cuiabá (MT), Lula afirmou ainda que, na última sexta-feira, disse ao primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, que o país asiático estava comprando carne 20% mais cara que a brasileira e com menos qualidade.
“Pedi para o (Geraldo) Alckmin levar ele num restaurante em São Paulo, numa bela churrascaria, para ele saber o sabor da carne brasileira”, disse o presidente.