Lula cobra ministros por apoio de seus partidos nas eleições de 2026
"Não sabemos se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não, e esta tarefa é também de vocês neste ano", disse o petista

Reunido com seus 38 ministros nesta segunda-feira, o presidente Lula disse que quer conversar com os auxiliares sobre os partidos deles que “estão aliados” com o governo e fez uma cobrança de olho nas eleições do ano que vem.
“Nós temos vários partidos políticos, eu quero que esses partidos continuem junto, mas nós estamos chegando no processo eleitoral e a gente não sabe se os partidos que vocês representam querem continuar trabalhando conosco ou não. E esta é uma tarefa também de vocês neste ano de 2025. E é uma tarefa grande, não é uma tarefa pequena”, declarou o petista na fala de abertura do encontro, sem citar nenhum ministro nominalmente.
“E é isso que eu quero pedir para vocês. Até agora eu sou agradecido à relação de confiança, ao trabalho que vocês fizeram, mas eu quero que vocês saibam que daqui para frente vai ter muito mais trabalho”, concluiu.
O recado foi dado em meio à expectativa por trocas no primeiro escalão do governo, que pode ocorrer nos próximos dias ou semanas.
Hoje, o PT tem 11 ministros e dez não são filiados a nenhuma legenda. Os outros 17 restantes são do MDB (3), PSD (3), PSB (2), União Brasil (2), PDT (2), PP (1), Republicanos (1), Rede (1), PCdoB (1) e PSOL (1).
Questionado sobre a fala de Lula após a reunião, que durou cerca de sete horas, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, comentou que os ministros são agentes políticos, não só administrativos. “E, portanto, ele deseja que os ministros dialoguem muito com suas bancadas, com seus partidos. Isso tudo faz parte do que nós estamos chamando de percepção por parte da população da disputa política”, declarou.
“É evidente, fica claro que a oposição começou os ataques, ataques como eles fizeram durante a campanha anterior, com mentiras, com fake news, com notícias falsas, com tentativas de falso terrorismo junto à população e é preciso que a gente tenha unidade política, articulação política para poder responder também politicamente. É um conjunto de ações e não é só a Secom que vai resolver isso sozinha, isso tem um conjunto de articulações políticas e que ele espera que os ministros também consigo fazer”, acrescentou Costa.
Veja a seguir a lista de ministros, de acordo com a sigla de cada um:
- PT
Rui Costa (Casa Civil); Fernando Haddad (Fazenda); Camilo Santana (Educação); Alexandre Padilha (Secretaria de Relações Institucionais); Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome); Luiz Marinho (Trabalho e Emprego); Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar); Márcio Macêdo (Secretaria-Geral); Macaé Evaristo (Direitos Humanos e da Cidadania); Anielle Franco (Igualdade Racial) e Cida Gonçalves (Mulheres)
- Sem partido
Sidônio Palmeira (Secom); Marcos Amaro (Gabinete de Segurança Institucional); Jorge Messias (Advocacia-Geral da União); Vinícius Marques de Carvalho (Controladoria-Geral da União); Margareth Menezes (Cultura); José Mucio (Defesa); Mauro Vieira (Relações Exteriores); Nísia Trindade (Saúde); Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública); e Esther Dweck (Gestão e da Inovação em Serviços Públicos)
- MDB
Jader Filho (Cidades); Renan Filho (Transportes) e Simone Tebet (Planejamento e Orçamento)
- PSD
Carlos Fávaro (Agricultura e Pecuária); Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca e Aquicultura)
- PSB
Geraldo Alckmin (Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços) e Márcio França (Empreendedorismo, da Microempresa e da Empresa de Pequeno Porte)
- União Brasil
Juscelino Filho (Comunicações) e Celso Sabino (Turismo)
- PDT
Carlos Lupi (Previdência Social) e Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional)
- PP
André Fufuca (Esporte)
- Republicanos
Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos)
- Rede
Marina Silva (Meio Ambiente e Mudança do Clima)
- PCdoB
Luciana Santos (Ciência, Tecnologia e Inovação)
- PSOL
Sonia Guajajara (Povos Indígenas)