Haddad volta a criticar juros elevados no Brasil
Ministro da Fazenda de Lula disse que taxa 'exageradamente elevada' abre espaços para cortes na Selic; Copom se reúne nesta terça e quarta

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a fazer críticas ao nível da taxa básica de juros no Brasil, atualmente em 13,75% ao ano. Segundo ele, o país convive com uma taxa “exageradamente elevada”, situação que abre espaço para cortes que, na sua visão, ajudariam a economia brasileira a crescer.
Haddad fez a crítica nesta terça-feira durante participação, por vídeo, em um seminário do BNDES. A fala do ministro coincide também com a reunião do Copom, nesta terça e quarta, para decidir sobre os juros no país.
O ministro repetiu que a ideia do governo é votar na Câmara o novo arcabouço fiscal até junho ou julho e no Senado, no segundo semestre. Ele também voltou a dizer que a nova política de limitação dos gastos públicos combinada com a reforma tributária darão previsibilidade para a economia e garantirão a manutenção de investimentos sociais de longo prazo.
“Queremos achar uma linha fina que permita ao governo honrar os seus compromissos de campanha e simultaneamente oferecer ao Estado brasileiro uma base fiscal sustentável para responder aos direitos sociais que estão previstos na Constituição. Eu sou otimista em encontrar essa linha fina, que muitos consideram difícil de executar. O Brasil está em situação favorável em relação aos seus vizinhos e ao resto do mundo. Não temos problemas geopolíticos, como a Ásia e a Europa se encontram hoje. Nossa inflação está mais controlada do que no resto do mundo. Nossa taxa de juros está exageradamente elevada, o que significa espaço para cortes no momento em que a economia brasileira pode e deve decolar. Não temos porque temer no Brasil tomar as decisões corretas tanto do ponto de vista fiscal quanto do ponto de vista monetário”, disse.