Flávio Bolsonaro lidera discurso radical contra STF no Congresso
Filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro declarou, em coletiva da oposição a jornalistas, que a "solução" está no Congresso Nacional

O senador Flávio Bolsonaro afirmou, há pouco, durante coletiva da oposição a jornalistas em Brasília, que o grupo de parlamentares aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que teve sua prisão domiciliar decretada nesta segunda-feira pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, está preparando um “pacote da paz”.
Trata-se de uma provocação radical, afinal, as medidas defendidas pelo bolsonarismo têm o objetivo de abrir uma guerra entre poderes na República, a partir do uso do Legislativo para afrontar decisões do Judiciário e ameaçar ministros do STF com impeachment.
Segundo o senador, a “solução para o Brasil” reside no Congresso, que poderia votar medidas divididas em três principais frentes: o impeachment de Moraes, a anistia ampla, geral e irrestrita aos envolvidos nos ataques antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023, o que inclui o pai do parlamentar, Jair Bolsonaro, e a aprovação da PEC que acaba com o foro privilegiado de parlamentares.
“A gente vai propor aqui hoje um pacote da paz. O que diz esse pacote da paz? É um conjunto de medidas, como eu sempre falei, que a solução para o Brasil está aqui no Congresso Nacional. Então o que nós vamos propor… o líder Rogério Marinho vai aprofundar… é anistia ampla, geral e irrestrita. Já passou da hora de o Brasil virar essa página”, disse Flávio.
Em português claro, o filho de Bolsonaro diz que o país só terá “paz” se o ex-presidente escapar da prisão e o Judiciário se curvar aos desejos bolsonaristas. O senador insiste:
“A primeira medida desse ‘pacote de paz’ que nós queremos propor para que o Brasil olhe para frente e quebre os seus retrovisores, é o impeachment do ministro Alexandre de Moraes (…). A segunda medida é a anistia (…). E o terceiro ponto deste pacote de paz que estamos propondo é que possamos aprovar imediatamente a PEC que acaba com o foro privilegiado de parlamentares”, destacou na sequência.
Flávio avaliou que o projeto da anistia ainda não foi pautado no Congresso porque o Legislativo sofre “ameaças”, mas que pretende insistir na estratégia por considerar tratar-se de uma competência privativa do Congresso Nacional.