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Empresa denuncia ao MPF cabidão de emprego da cúpula dos Correios

Documentos falam em 'prática de coerção' e 'abuso de poder' de gestores da estatal para 'contratações de interesse particular'

Por Robson Bonin Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 6 jun 2025, 17h22 - Publicado em 6 jun 2025, 07h01

O MPF abriu um procedimento para investigar a existência de um cabide de empregos mantido por integrantes da cúpula dos Correios numa empresa terceirizada que teve contratos com a companhia. O caso envolve uma distribuidora, a GO2B, que se diz “vítima de um calote escandaloso” nos Correios e denuncia a ação de políticos na estatal que faz com que algumas empresas recebam em dia, por terem relações com poderosos do governo, e outras fiquem no prejuízo.

A denúncia fala em “prática de coerção” e “abuso de poder” de gestores para “contratações de interesse particular”, uma vantagem ilícita. “A situação enfrentada pela GO2B não é um caso isolado, tampouco um erro pontual. Trata-se da face exposta de um padrão estrutural de desvios, fraudes, aparelhamento e disfunções institucionais promovidas ou toleradas por setores
estratégicos da ECT-Correios. O que está em curso é a deterioração moral e funcional de uma das maiores estatais do país,
que perdeu a capacidade de distinguir gestão pública de proteção corporativa”, diz a denúncia da empresa levada ao MPF.

Mensagens de WhatsApp juntadas pela empresa mostram pedidos frequentes de empregos para contatos e até a mulher de um dos dirigentes dos Correios. Os pedidos eram feitos acompanhados de promessas de que a estatal faria pagamentos atrasados ao fornecedor.

“A estatal, por meio de representantes de alta gestão, buscou criar uma falsa aparência de imparcialidade ao se aproximar da GO2B, ‘simulando’ uma disposição para resolver pendências contratuais. Essa estratégia visava retardar a adoção de medidas judiciais por parte da GO2B e obter, no período, vantagens indevidas em forma de contratações de empregados terceirizados indicados por essas mesmas figuras”, diz a denúncia.

Os documentos citam mensagens de WhatsApp enviadas por dois dirigentes “com histórico de forte ligação com a alta direção e presidência da estatal”, segundo a denúncia.

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Durante as negociações e reuniões ocorridas em 2023, um dos dirigentes, que à época atuava como gestor regional da estatal, “adotava discurso de ‘resolução e parceria’, prometendo quitar pendências da estatal, mas que, em verdade, nunca se concretizaram”, segundo a empresa.

“Ficou demonstrado que essa postura não visava resolver efetivamente a inadimplência da ECT, mas sim criar um ambiente de confiança artificial para induzir a GO2B a contratar terceirizados indicados por interesses particulares”, diz a denúncia.

“A coerção, neste contexto, implica uma pressão que compromete a liberdade de decisão de uma parte. No caso, a empresa contratada foi coagida a aceitar a indicação devido ao receio de represálias”, segue a denúncia.

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Em 11 de junho de 2023, por exemplo, há uma mensagem do dirigente pedindo emprego para uma mulher. “Atualmente ela é minha companheira e, portanto, não poderia laborar em contratos afetos aos Correios”, diz a mensagem de dirigente, que conclui dizendo que ficaria “eternamente grato” pelo emprego da mulher e prometendo resolver questões administrativas para liberar as verbas atrasadas da empresa.

O caso está em fase inicial de tramitação no MPF.

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