Dirceu reúne elite política em festa e escolhe Tarcísio como ‘inimigo’

Livre do passado de condenações da Lava-Jato, o petista José Dirceu reuniu a elite política do país, nesta terça-feira, para celebrar seus 79 anos de idade. Diante da ampla plateia, formada inclusive por caciques de direita, o ex-ministro escolheu para inimigo o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas.

“Setores da direita brasileira começam a dormir com o inimigo e apresentam o Tarcísio como se fosse uma alternativa ao bolsonarismo, quando ele, na verdade, é o próprio bolsonarismo”, disse Dirceu.

O petista reconheceu que o governo Lula tem um caminho complicado para buscar a reeleição em 2026, enfrentando dificuldades para impor sua agenda no Parlamento dominado pela direita e com uma conjuntura interna e externa desafiadora para o petismo.

“Para vencer as eleições de 2026, nós temos que governar agora. E todos aqui sabem que nós governamos com minoria, num Parlamento onde legitimamente os partidos de direita têm 300 deputados e 50 senadores, sem bolsonarismo e sem nós”, disse Dirceu.

Em um recado aos militantes petistas que lotaram a festa, o cacique pediu apoio a Lula. “Sempre que nós fomos analisar o governo do presidente Lula, nós temos que analisar a conjuntura nacional e internacional, e, em primeiro lugar, apoiar o governo do presidente Lula, cerrar fileiras com ele”, disse Dirceu.

Além de líderes dos partidos de centro e do centrão, estiveram na festa advogados que defenderam condenados na Lava-Jato, o ex-tesoureiro condenado no Mensalão Delúbio Soares, e ministros do governo Lula como Fernando Haddad (Fazenda), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário), Carlos Fávaro (Agricultura), Esther Dweck (Gestão e Inovação) e Margareth Menezes (Cultura).

Chefe da Câmara, Hugo Motta também prestigiou Dirceu, assim como o antecessor Arthur Lira.

Cotado para comandar o PT, Edinho Silva também esteve na comemoração.

Dirceu, segundo aliados, avalia disputar as eleições de 2026 para buscar uma cadeira na Câmara dos Deputados por São Paulo.

A festa para mais de 500 convidados foi uma espécie de demonstração de prestígio político para provar a aliados que ele ainda tem energia para voltar ao jogo.

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