Deputado questiona treinamento e avaliação psicológica de agentes da PRF
Em ofício ao diretor-geral da corporação, Júlio Lopes diz ter “extrema preocupação” com episódios em que abordagens da PRF “resultaram em tragédias”

O deputado Júlio Lopes (PP-RJ) enviou um ofício ao diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Souza Oliveira, dizendo ter “extrema preocupação” com episódios em que abordagens de agentes da corporação “resultaram em tragédias”.
No caso mais recente, Juliana Leite Rangel, de 26 anos, foi atingida por um tiro de fuzil na cabeça na véspera de Natal, dentro do carro da família, na BR-040, na altura de Duque de Caxias (RJ).
“Como pode uma viatura da PRF disparar mais de trinta vezes contra um veículo civil que não apresentou qualquer ato de violência ou resistência?”, questiona Lopes no ofício ao diretor-geral.
“Tal conduta, além de trágica, revela a necessidade urgente de esclarecimentos sobre o tipo de treinamento que os agentes recebem para abordagens em situações de rotina”, afirma.
O parlamentar pede informações sobre o conteúdo programático e a periodicidade dos treinamentos e avaliações psicológicas de agentes, além da quantidade de agentes afastados nos últimos cinco anos “por não alcançarem os níveis exigidos nas avaliações psicológicas”.
“O Brasil vive uma situação difícil no que diz respeito à violência, com registros que já superam 58 mil homicídios anuais. (Não) podemos permitir que o despreparo ou falhas operacionais agravem ainda mais essa estatística, especialmente quando tais ações vitimam a população civil que deveria ser protegida”, escreve Júlio Lopes.