Conselho do MME vai discutir viabilidade financeira de concluir Angra 3
Estudo do BNDES estimou o custo para finalizar a construção da terceira usina nuclear brasileira em torno de 23 bilhões de reais
A viabilidade da retomada das obras de Angra 3 será tema da próxima reunião do Conselho Nacional de Política Energética (CNPE), marcada para 4 de dezembro. Defensor da conclusão da usina nuclear, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, é presidente do colegiado.
As discussões do CNPE sobre Angra 3 vão considerar “a viabilidade econômico-financeira do empreendimento e seu financiamento em condições de mercado, observados os princípios da razoabilidade e da modicidade tarifária”, afirmou a pasta em nota ao Radar.
Um estudo do BNDES estimou o custo para finalizar a construção de Angra 3 em torno de 23 bilhões de reais. O valor já investido na obra é de quase 12 bilhões de reais. A expectativa é que a usina entre em operação comercial em 2031.
Além de Silveira, são membros efetivos do conselho:
- Rui Costa, ministro da Casa Civil;
- Mauro Vieira, ministro das Relações Exteriores;
- Fernando Haddad, ministro da Fazenda;
- Renan Filho, ministro dos Transportes;
- Carlos Fávaro, ministro da Agricultura e Pecuária;
- Luciana Santos, ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação;
- Marina Silva, ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima;
- Waldez Góes, ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional;
- Jader Filho, ministro das Cidades;
- general Marcos Amaro, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
- Geraldo Alckmin, ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços;
- Paulo Teixeira, ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar;
- Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento;
- Silvio Costa Filho, ministro de Portos e Aeroportos;
- Sonia Guajajara, ministra dos Povos Indígenas;
- Esther Dweck, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos;
- Thiago Prado, presidente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE).
De acordo com o presidente da Frente Parlamentar Mista de Tecnologia e Atividades Nucleares (FPN), deputado Júlio Lopes (PP-RJ), se Angra 3 já estivesse em funcionamento, com sua capacidade energética de 1.405 megawatts, não haveria necessidade de se aplicar a bandeira vermelha nas contas de luz durante períodos de baixo volume nos reservatórios de hidrelétricas.
Lopes defende a votação, na Câmara, do projeto que restabelece o Regime Especial de Incentivos para o Desenvolvimento de Usinas Nucleares (Renuclear), beneficiando projetos aprovados até 31 de dezembro de 2025.
“O Renuclear foi criado para viabilizar o desenvolvimento de usinas nucleares no país, e prevê também que as compras, importações e locações realizadas entre julho de 2021 e dezembro de 2028 por empresas habilitadas no Renuclear, terão direito à suspensão de IPI, Imposto de Importação, Cofins e contribuição ao PIS/Pasep sobre diversas operações”, afirma o deputado.