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Conselho de Ética da Alesp aprova suspensão de deputado que xingou Papa

Afastamento deverá ser votado em Plenário; Frederico D'Ávila ofendeu pontífice e arcebispo de Aparecida: 'vagabundos e safados'

Por Laísa Dall'Agnol Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 fev 2022, 19h10 - Publicado em 21 fev 2022, 18h09

O Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta segunda a suspensão temporária do deputado bolsonarista Frederico D’Ávila (PSL) por ataques feitos em tribuna ao Papa Francisco e ao arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes.

O relatório final atendeu a representação aberta pelo deputado Emídio de Souza (PT) e foi apresentado ao colegiado pela deputada Marina Helou (Rede). Agora, o parecer será submetido a Plenário, que decidirá definitivamente pela eventual punição do parlamentar. O documento pede o afastamento por três meses, mas deputados — como é o caso de Emídio — defendem que a suspensão seja mais dura, de no mínimo seis meses.

Em outubro do ano passado, D’Ávila — que é produtor rural e vice-presidente da Aprosoja-SP — discursava na tribuna em repúdio às “atividades da via campesina e do MST” quando começou os ataques e xingamentos contra Dom Orlando Brandes. Dias antes, o arcebispo havia se posicionado contra o armamento da população.

“Vagabundo, safado da CNBB, dando recadinho pro presidente e pra população brasileira, que pátria amada não é pátria armada. Pátria amada é pátria que não se submete a essa gentalha (…) seu safado, que se submete a esse Papa vagabundo também”, disparou o deputado.

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Ainda no ano passado, o Conselho de Ética da Alesp recebeu pelo menos quatro representações contra o parlamentar do PSL, protocoladas por seis diferentes deputados. A Conferência Nacional de Bispos do Brasil enviou uma carta à presidência da Casa, cobrando punição a D’Ávila.

“A ofensa do deputado Frederico não foi apenas ao Papa, mas a todos os católicos, além de legitimar outras formas de agressão. A Alesp não pode compactuar com isso. Liberdade de expressão não pode ser confundida com intolerância e ataques à democracia”, diz a deputada Marina Helou.

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