Com licitação na mira do TCU, publicidade do MEC pode sofrer apagão
Após denúncia, pasta suspendeu concorrência para escolha de agências que iriam administrar contrato de 140 milhões de reais por ano

Depois de elevar de R$ 30 milhões para R$ 140 milhões a previsão anual de gastos com publicidade, o Ministério da Educação, chefiado por Camilo Santana, vive um dilema.
Em agosto do ano passado, a pasta abriu uma licitação para escolher três agências que repartiriam o contrato milionário. A concorrência, no entanto, virou alvo de uma investigação no TCU, após uma agência questionar irregularidades envolvendo o processo, como a suposta quebra de imparcialidade e falta de competência técnica de integrantes da comissão de licitação para conduzir a questão.
O MEC tomou a decisão de suspender o processo e aguardar a análise do tribunal. O problema é que, no fim do mês, o contrato de publicidade vigente chega ao fim.
Com um ano e meio de governo pela frente, Camilo Santana ficará sem instrumentos para promover ações da pasta. Em nota, a gestão petista no MEC diz que fez tudo certo, mas que preferiu esperar pelo TCU em nome de uma “construção colaborativa” sobre licitação.
“A pasta está em diálogo constante com o Tribunal de Contas da União para realizar uma construção colaborativa da decisão final, de modo a atender, da melhor maneira possível, o interesse público. A interrupção dos trabalhos da subcomissão técnica foi uma decisão do MEC, para aguardar as possíveis recomendações de melhoria do TCU para continuidade do processo. O tribunal já indeferiu denúncia de irregularidade formalizada anteriormente”.