Cid diz em vídeo que ‘um juiz do TSE’ ajudava a espionar Moraes
Declaração foi dada ao próprio ministro do STF em audiência convocada para alertar o ex-auxiliar de Bolsonaro sobre ‘mentiras’ em sua delação

O ex-ajudante de ordens Mauro Cid afirmou, em depoimento no ano passado, que um “juiz do TSE” ajudava o gabinete de Jair Bolsonaro a espionar o ministro Alexandre de Moraes, do STF – à época, presidente do Tribunal Superior Eleitoral.
A declaração foi dada ao próprio Moraes, que comandou uma audiência em 21 de novembro de 2024 com Cid e seus advogados para alertá-lo sobre “uma série de mentiras” em sua delação premiada e permitir que ele desse as “informações verdadeiras”, sob pena de perder o acordo.
Cid disse não saber o nome do “juiz” nem sua função na Corte Eleitoral, acrescentando que era um contato do coronel Marcelo Câmara, auxiliar de Bolsonaro responsável pelas ações de monitoramento do ministro do STF.
“Inclusive, era ele que auxiliava as Forças Armadas a redigir os documentos que o general Paulo Sérgio encaminhava para o senhor”, afirmou Cid a Moraes. “Na parte do TSE, na parte de urnas, aquele negócio todo, quem passava as informações era ele.”
O delator também declarou que o “último monitoramento” do ministro do Supremo, na época das festas de fim de ano de 2022, “foi o próprio presidente que pediu”.
“A informação é que seria porque o senhor ia se encontrar ou com o general Mourão ou com alguém do governo dele. E o presidente estava meio nervoso com isso aí”, completou Cid, sempre dirigindo-se a Moraes.
Veja, abaixo, a íntegra do video: