As revelações de Queiroga em livro sobre passagem pelo governo Bolsonaro
O ex-ministro da Saúde ouviu do presidente que ele iria vaciná-lo e ficaria no cargo até 2026
Em quarentena remunerada de seis meses depois de deixar o cargo, o ex-ministro da Saúde Marcelo Queiroga está finalizando um livro que vai abordar sua passagem pelo governo Jair Bolsonaro. Na obra, ele fala de temas polêmicos como cloroquina e vacinação e revela bastidores de sua relação com o ex-presidente.
Na primeira conversa que tiveram após a posse do cardiologista como sucessor de Eduardo Pazuello, em 23 de março de 2021, por exemplo, o ex-presidente fez duas previsões:
“O Queiroga será o meu ministro da Saúde até 2026. Ele vai me vacinar”.
Apesar do vaticínio, o ex-ministro garante que Bolsonaro realmente não se vacinou contra a Covid-19. O mandato até 2026 bateu na trave.
“O presidente estava bem-humorado, apesar da crise sanitária”, registra o ex-ministro no livro, cujo autor está concluindo a negociação com uma editora.
Sobre sua entrada no governo, ele escreveu que “havia uma pressão muito forte por vacinas, mesmo com as tratativas feitas pelo Pazuello, naquele momento, o desgaste era grande”.
Em outro trecho do manuscrito, o cardiologista conta que apoiou a escolha de Luiz Henrique Mandetta para ser o primeiro ministro Ministério da Saúde no governo Bolsonaro. Queiroga foi o quarto.
À época, ele era presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia e se reuniu com Bolsonaro durante a transição transição, levado pelo então senador eleito Flávio Bolsonaro.