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Por Trás dos Números

Por Renato Meirelles Materia seguir SEGUIR Seguindo Materia SEGUINDO
Renato Meirelles é pai da Helena, acredita que a Terra é redonda, está à frente do Instituto Locomotiva e, neste espaço, interpreta os números muito além da planilha Excel

São João: a força econômica da cultura popular brasileira

Estudo do Instituto Locomotiva mostra que quatro em cada dez brasileiros pretendem gastar mais de R$ 200 durante as festas

Por Renato Meirelles 20 jun 2025, 17h58

Como explicar um fenômeno que mistura o solstício europeu com cheiro de milho assando? A Festa Junina chegou ao Brasil no século XVI, trazida pelos portugueses, e logo ganhou sotaque próprio: a quadrilha incorporou o ritmo africano, a fogueira bebeu da tradição indígena, e a fé se espalhou em torno de três santos católicos – Santo Antônio, São João e São Pedro. De “Joanina” virou “Junina” e, desde então, se transformou em um dos maiores símbolos da cultura popular brasileira: celebra a colheita e agradece a chuva no sertão.

Mas junho não é apenas tempo de tradição. É também uma força econômica que movimenta cadeias produtivas inteiras. A mais recente pesquisa do Instituto Locomotiva, realizada em parceria com a QuestionPro, mostra que o São João vem se consolidando como um motor relevante da economia criativa no país. O levantamento ouviu 1.500 pessoas de todas as regiões e revelou que 81% dos brasileiros pretendem participar de alguma atividade junina em 2025.

O tipo de celebração varia, mas o envolvimento é amplo: 50% querem ir a festas de rua gratuitas, 41% preferem comemorações com amigos e família, e 37% destacaram as tradicionais quermesses de igreja. A diversidade de formatos mostra como a Festa Junina continua viva, se reinventando sem perder suas raízes.

E com a festa vem o consumo: quatro em cada dez brasileiros pretendem gastar mais de R$ 200 durante o período. No Nordeste, esse índice sobe para 46%, o que ajuda a explicar os números impressionantes da região. Em Caruaru, o São João de 2024 reuniu 3,7 milhões de pessoas e movimentou R$ 688 milhões. Em Campina Grande, a expectativa é de ultrapassar R$ 740 milhões em 2025.

E no centro dessa celebração toda, um personagem simples se destaca: o bolo de milho. Escolhido por 48% dos entrevistados como a comida junina favorita, ele deixa para trás canjica, pamonha e até a paçoca. Mas mais do que um doce típico, o bolo de milho representa a memória afetiva do Brasil: remete à infância, à casa da avó, à mesa compartilhada em comunidade.

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Os dados nos mostram um país que sabe celebrar suas tradições ao mesmo tempo em que movimenta a economia local. Pequenos empreendedores, músicos, costureiras, agricultores, ambulantes e comerciantes são diretamente beneficiados. E a sociedade como um todo também ganha: porque manter vivas as nossas manifestações culturais é preservar a pluralidade, fortalecer a identidade nacional e gerar renda.

O mês de junho tem o som da sanfona, o cheiro de milho cozinhando e a lembrança de que, quando o Brasil se reconhece nas suas raízes, ele também encontra caminhos de desenvolvimento. Cultura não é só memória — é futuro.

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